LENÇÓIS MARANHENSES: Um dos destinos mais fascinantes do Brasil

Viagem realizada em junho/2015


Os Lençóis Maranhenses é um dos destinos turísticos mais fascinantes do Brasil! Provavelmente você já deve ter ouvido falar deste enooorme deserto com água que fica lá no Maranhão. São quilômetros e quilômetros de dunas (de areia fininha e branquinha) e incontáveis lagoas de água doce (formadas pela água da chuva). Este lugar é tão paradisíaco e impressionante que acaba atraindo visitantes de todas as partes do mundo. Obviamente que fui atraída também e tive o privilégio de passar cinco dias por lá. Já adianto que AMEI a experiência e suuuper recomendo este rolê!

Essas belíssimas dunas e lagoas ocupam uma área enooorme do litoral maranhense, mas apenas 155 mil hectares são protegidos e formam o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, que é uma unidade de conservação criada em 1981. Por conta desse tamanhão todo, há três cidades que podem servir como base para os passeios: Barreirinhas, Santo Amaro e Atins. Barreirinhas (que também é conhecida como a porta de entrada dos Lençóis) é a que tem melhor infraestrutura turística. Ela fica a 260 quilômetros da capital São Luís e pode ser acessada de carro, ônibus (da viação Cisne Branco) ou transfer (contratado nas agências receptivas). Optei pelo ônibus e a viagem, de aproximadamente quatro horas, foi bem tranquila! Embarquei no Terminal Rodoviário de São Luís às 19h30 e cheguei em Barreirinhas por volta da meia-noite. 

Nestes cinco dias fiquei hospedada na hospedagem familiar Cama, café e aventura (@camacafeaventura) e fui super bem acolhida por toda a família e pela simpática cachorrinha Mel. A estrutura da casa é beeem simples, ideal para quem precisa apenas de um lugar seguro e limpo para descansar depois de um dia repleto de passeios. O quarto que fiquei, por exemplo, não tinha televisão e nem ar condicionado, além do banheiro ser compartilhado. O café da manhã também era bem básico, mas acho que foi coerente com o preço econômico da diária. Um diferencial bem legal desta hospedagem é que ela tem um acesso particular ao Rio Preguiça (o quintal dos fundos da casa fica beirando o rio). Em um dos passeios que fiz, a lancha foi me buscar diretamente lá. Foi super prático! Porém, o acesso terrestre me incomodou um pouco. O centrinho não ficava tão próximo e precisei fazer uma caminhada de uns vinte minutos toda vez que queria ir pra lá. Fazer esse percurso uma vez é bem tranquilo e prazeroso, mas todos os dias (ida e volta) acaba se tornando cansativo.

Entrada da hospedagem familiar Cama, café e aventura
Mel, a anfitriã canina

Como cheguei beeem tarde no primeiro dia, acabei indo direto para a hospedagem dormir. Apenas no dia seguinte é que fui conhecer o centrinho de Barreirinhas e fazer o primeiro passeio. A parte mais turística da cidade fica no entorno da Avenida Beira-Rio, onde há inúmeros restaurantes, bares, sorveterias, pousadas e lojas. Por ali também tem um charmoso deck de madeira com uma vista encantadora para o Rio Preguiça (o principal rio da cidade). Este belíssimo rio nasce lá em Santana do Maranhão e percorre 135 quilômetros até chegar em Barreirinhas, onde desaguar no mar. Todo o trajeto é repleto de natureza e uma riquíssima fauna, além de dunas, mangues e diversas comunidades ribeirinhas. Há duas explicações para o rio ter este nome. Uma delas é devido a presença de muitos bichos-preguiça e a outra é por conta de suas tranquilas águas. 

Ao lado do deck há uma praia deliciosa e uma pequena duna. Passei horas por ali aproveitando o sol e a água refrescante do rio! Ainda no centrinho, na Praça da Matriz, há uma igreja super fofa, a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição. Ela foi construída no século XVIII e é considerada uma das igrejas mais antigas do Maranhão. 

Deck beirando o Rio Preguiça
Praia e dunas da região central de Barreirinhas
Esta praia é deliciosa
Paróquia de Nossa Senhora da Conceição

Ali no centro há diversas agências receptivas onde você pode contratar os passeios para os Lençóis Maranhenses. Não é permitido entrar no Parque Nacional sem a presença de um guia credenciado, além de ser imprescindível estar em um veículo 4x4 (um carro comum não conseguirá percorrer as trilhas até as dunas). Antes da viagem, pesquisei bastante sobre as agências e acabei optando pela São Paulo Ecoturismo, que tinha uma boa avaliação. Gostei bastante desta agência e super recomendo! Os guias foram muito atenciosos e pontuais. Fechei quatro passeios com eles: Lagoa Bonita, Rio Preguiça, Atins e Lagoa Azul.

O primeiro passeio que fiz foi o circuito Lagoa Bonita, que aconteceu à tarde e durou em torno de cinco horas. O guia passou na hospedagem por volta das 14h com um veículo super roots, conhecido como jardineira. Fomos até a margem do Rio Preguiça, onde fizemos a travessia para o outro lado por meio de uma pequena balsa. A travessia foi super rápida, coisa de nem quinze minutinhos. O guia nos contou que durante a alta temporada (entre os meses de maio e agosto) essa travessia pode demorar mais de uma hora, por conta da quantidade de carros. Desembarcamos na outra margem do rio e seguimos por uma trilha de dezessete quilômetros. Essa parte do passeio foi super aventureira! O carro chacoalhava MUUUITO!!! Depois de uma hora, mais ou menos, chegamos na base de uma duna enooorme, com mais de trinta metros de altura! A subida era super íngreme e tinha até uma corda para quem precisasse de ajuda. Haja fôlego! Atualização: foi construída uma ponte, ligando as duas margens do rio, que facilitou o acesso ao Parque Nacional.

Travessia de balsa pelo Rio Preguiça
Chegando na outra margem do rio
Trilha de acesso ao Parque Nacional
A subida é bem íngreme

Todo o esforço da subida é recompensado com a vista F-A-N-T-Á-S-T-I-C-A do topo da duna. É lindo e não há palavras e nem fotos que descrevam a beleza deste lugar. É um infinito de dunas e lagoas! Passamos o resto da tarde caminhando pela areia e nos refrescando nas diversas lagoas, entre elas a Lagoa Bonita (que dá nome ao circuito). Todas tinham a água limpinha, super transparente. Uma delícia! Um dos momentos mais inesquecíveis do dia foi o finalzinho da tarde, quando o sol começou a ser pôr. Voltamos para a duna principal e ficamos lá esperando o entardecer. AMO contemplar o sol se pondo e sempre me emociono! Certamente esse foi um dos momentos mais especiais da viagem. A volta para Barreirinhas também foi com emoção, pois refizemos todo o trajeto, mas dessa vez no escuro. Cheguei exausta na pousada por volta das 19h e fui direto descansar.

É um infinito de dunas e lagoas
Uma parte do nosso grupo caminhando pelas dunas
Uma das lagoas
O pôr do sol dos Lençóis Maranhenses é um dos mais inesquecíveis do Brasil
Todo mundo reunido no alto da duna

No terceiro dia da viagem, após o café da manhã, embarquei em uma lancha voadeira (diretamente do píer da hospedagem) para fazer o passeio Rio Preguiça (que teve a duração de umas oito horas, ou seja, praticamente o dia todo). Como o próprio nome sugere, neste passeio navegamos pelo Rio Preguiça, onde conhecemos três comunidades ribeirinhas, além de contemplar a fauna e a flora do rio. Após uns uns quarenta minutos do embarque, chegamos no povoado Vassouras, onde aconteceu a primeira parada. Desembarcamos e imediatamente fomos recepcionados por diversos macaquinhos super simpáticos e famintos! Depois de interagirmos com os bichinhos, seguimos para os Pequenos Lençóis. E dá-lhe mais dunas e mais deliciosas lagoas! Ficamos aproximadamente uma hora por lá.

Navegando pelo Rio Preguiça
Paisagens às margens do Rio Preguiça
Macaco-prego nos recepcionando no povoado Vassouras
Os Pequenos Lençóis e o Rio Preguiça ao fundo
Mais lagoas e dunas

Voltamos para a lancha e navegamos mais um pouquinho pelo rio. A segunda parada foi no povoado Mandacaru. Gostei bastante desse lugar! Pertinho da área de desembarque havia algumas lojinhas de artesanato regional (com preços ótimos) e sorveterias (provei um sorvete artesanal de cupuaçu maravilhoso), além do Farol Preguiças, o principal atrativo do povoado. Este farol foi inaugurado em 1940 pela Marinha do Brasil. Ele é muuuito alto: são quase quarenta metros de altura! Lá no topo há um mirante com uma vista panorâmica belíssima, mas para acessá-lo é preciso encarar uma escadaria com 160 degraus. Ali do alto é possível contemplar 360 graus de rio, mar, dunas e mata. Pés na Areia garante que o esforço vale super a pena! A entrada no farol é gratuita (pelo menos era em 2015).

Chegando no povoado Mandacaru
Farol Preguiças (à esquerda) e um pedacinho da vista do mirante (à direita)

A última parada do dia foi no povoado Caburé, onde ficamos por um pouco mais de tempo, por conta do almoço. Nos acomodamos no Restaurante Cabana do Peixe e optei apenas em petiscar algo (achei o valor das refeições muito alto). Caburé fica em uma estreita península de areia que separa o rio do mar. A paisagem é belíssima e super rústica, uma verdadeira imensidão de areia e mar. Saímos de lá por volta das três horas e voltamos para Barreirinhas.

De um lado é rio
E do outro lado é mar
As paisagens são super rústicas e bucólicas

No quarto dia conheci mais um vilarejo de Barreirinhas no passeio Atins (que também dura o dia todo). Já adianto que amei esta vila e fiquei com muita vontade de me hospedar lá em uma próxima viagem. Atins está localizada no extremo leste dos Lençóis Maranhenses, onde fica a Foz do Rio Preguiça (lembra que comentei no início do post que o Rio Preguiça desaguava no mar?). Para chegar até lá é preciso cruzar o rio de balsa (a mesma do passeio para a Lagoa Bonita) e encarar uma trilha de 27 quilômetros. O trajeto é bem demorado, mas valeu super a pena! A vila é muito gostosa e tem uma vibe deliciosa! As ruas são todas de areia e me lembrou Jericoacoara, só que menorzinha. A Praia de Atins é linda também e estava praticamente deserta. Bebi uma água de coco em um dos quiosques e, na sequência, fomos conhecer mais algumas lagoas. Passamos quase uma hora caminhando pelas dunas, tomando sol e nos refrescando nas lagoas.

Próximo ao horário do almoço, seguimos para o famoso e recomendadíssimo Restaurante da Luzia. Ele fica próximo às dunas, em uma região conhecida como Canto do Atins. O prato mais famoso de lá é o camarão grelhado. Provei uma porção deles e realmente são deliciosos! Após o almoço, descansamos um pouquinho no redário e voltamos para Barreirinhas.

Praia praticamente deserta em Atins
Paisagem super bucólica
Atins é um paraíso
De boa na lagoa
Os famosos camarões grelhados

No quinto e último dia da viagem, fiz o passeio do circuito Lagoa Azul. Este passeio tem a duração de quatro horas e é realizado pela manhã. Assim como nos dias anteriores, cruzamos o Rio Preguiça de balsa e seguimos por uma trilha de doze quilômetros. Porém, a trilha deste passeio foi bem mais radical do que a dos outros dias. Como havia chovido muito na noite anterior, o caminho estava com vários trechos cheios de água. Era tanta água que parecia que estávamos cruzando lagoas! Chegou até a entrar no carro e molhar nossos pés. Foi um perrengue super divertido! Quando chegamos no Parque Nacional, fomos conhecer mais algumas lagoas, incluindo a Lagoa Azul. Achei as lagoas deste circuito bem mais bonitas do que as dos passeios anteriores. A tonalidade da água era muito mais viva! Voltamos para Barreirinhas por volta das 14h. Passei o restante da tarde descansando e voltei para São Luís no ônibus das 18h45.

Cruzamos diversos trechos repletos de água da chuva
Uma das lagoas do circuito Lagoa Azul
Duna, altíssima, e mais lagoa

Como comentei no início do post, AMEI essa viagem e AMEI conhecer um pouquinho dos Lençóis Maranhenses! Foi lindo contemplar toda aquela imensidão de dunas, lagoas, rio e mar. Realmente este pedacinho do litoral maranhense é fascinante e nada do que eu escrever por aqui irá descrevê-lo com perfeição. Achei que cinco dias foram suficientes para fazer os principais passeios pela região, porém fiquei com muita vontade de voltar e me hospedar apenas em Atins (super me identifiquei com a vibe do vilarejo). E também quem sabe um dia fazer a travessia dos lençóis (aquela em que você fica dias caminhando pelas dunas)? Bora comprar a passagem!!! :D


GOSTOU DOS LENÇÓIS MARANHENSES?
Conheça outras cidades maranhenses, como RaposaSão José de RibamarAlcântara e São Luís.

MINHA AVALIAÇÃO:




Todos os textos e fotos contidos nesse blog são minha autoria e não podem ser reproduzidos sem autorização.