SERRA DO CIPÓ: Natureza exuberante pertinho de BH

 Viagem realizada em dezembro/2021


A Serra do Cipó é uma cidade perfeita para fazer um bate-volta a partir de Belo Horizonte (ou uma viagem rápida de final de semana ou feriado prolongado). São apenas noventa quilômetros de distância, percorridos em aproximadamente duas horas. O acesso é fácil até para quem vai de ônibus. Lá na rodoviária de BH há duas viações que fazem esse trajeto (a Serro e a Saritur) e foi exatamente dessa forma que cheguei até lá. Porém já adianto que é infinitamente melhor estar de carro, pois a maior parte dos atrativos são afastados do centro e não há transporte público na região.

Essa pacata cidade é repleta de natureza e o destino perfeito para quem quer relaxar ou gosta de fazer atividades de ecoturismo, como trilhas para cachoeiras, piscinas naturais, mirantes, cânions e cavernas. A flora e fauna dessa região é tão diversificada e exuberante que ela até ganhou o título de Jardim do Brasil, dado pelo paisagista Burle Marx. Boa parte dos atrativos turísticos ficam dentro do Parque Nacional da Serra do Cipó, uma unidade de conservação com mais de 33 mil hectares (que faz parte da Serra do Espinhaço). Infelizmente não consegui conhecer nadinha desse parque (a entrada fica distante do centro e eu estava a pé), mas já vi fotos de alguns atrativos que tem lá e parece ser um local muuuito interessante!

Se você (assim como eu) for visitar a Serra do Cipó sem veículo próprio, saiba que a viagem ficará um pouco restrita, mas ainda assim é possível conhecer alguns lugares bem legais, como a Cachoeira Grande (um dos principais atrativos da região), o centrinho (repleto de restaurantes, lojinhas e pousadas), a Cachoeira Véu de Noiva (não deu tempo de ir, ela fica a uns dois quilômetros de distância do centro) e a Trilha dos Escravos (também não fui, mas o acesso é bem próximo à Cachoeira Véu de Noiva). Esses quatro atrativos estão localizados na avenida principal da cidade, que é onde o ônibus vindo de Belo Horizonte passa. É só pedir para o motorista parar. Na hora de ir embora, se atente aos horários desses ônibus também, pois eles não são tão frequentes e possuem horários específicos.

A Cachoeira Grande foi o primeiro local que conheci assim que desembarquei do ônibus. Como mencionei antes, a portaria fica na avenida principal da cidade (a 1,5 quilômetro de distância do centro) e o acesso é super tranquilo. A entrada não é gratuita (é uma propriedade particular), mas o local possui uma ótima infraestrutura, com estacionamento, sanitários, mesas para fazer piqueniques e espaços para descansar. Também há um guarda-vidas na cachoeira principal. Um detalhe que eu achei super interessante é que você pode entrar e sair quantas vezes quiser em um mesmo dia. Como o local não possui lanchonete, eles permitem que você saia para fazer refeições e volte depois. Prático, né? 

Portaria de acesso à Cachoeira Grande
Trilhaaa!
Bichinhos que vi durante o caminho

A Cachoeira Grande é a cachoeira principal desse complexo e a trilha é bem tranquila e rápida (dura em torno de quinze minutos e tem um quilômetro, mais ou menos). Ela tem dois acessos: pela parte superior (uma espécie de mirante onde é possível ver o tranquilo Rio Cipó e o deslize das águas pelas rochas) e pela parte inferior (onde fica a cachoeira e a área para banho). Os dois locais são lindos e proporcionam vistas deslumbrantes! Como o próprio nome diz, a cachoeira é enooorme!!! São sessenta metros de extensão e dez de queda. Eu amei esse lugar e fiquei um tempão por lá, admirando a paisagem e ouvindo o barulhinho relaxante da água! Uma coisa que chamou minha atenção foi a quantidade de pedras que tem por ali. É preciso tomar bastante cuidado para não escorregar e cair. Também senti falta de uma área mais plana para estender uma canga e tomar sol, por exemplo. Ou você fica dentro d´água ou sentada nas pedras.

Mais alguns detalhes da trilha
Rio Cipó
A Cachoeira Grande vista pela parte superior
A cachoeira vista pela parte inferior

Além da cachoeira principal, há outros pontos para banho espalhados pela trilha, como a Cachoeira do Tomé, o Poço da Chica e o Lageado (meu preferido). Achei essas áreas mais interessantes para relaxar e tomar sol, pois são mais planas e tem menos pedras. Também são menos movimentadas, o que garante mais tranquilidade.

Poço da Chica
Lageado

O centrinho da Serra do Cipó é uma graça e super bem estruturado! Tem aquela carinha de cidade turística de interior, sabe? E há muuuito comércio por lá, com lojas, restaurantes, mercados, bares e uma infinidade de pousadas charmosas. Uma curiosidade da Serra do Cipó são as estátuas do Juquinha espalhadas em vários pontos da cidade (a principal tem três metros de altura e fica no alto da serra). Juquinha foi um andarilho que adorava colher flores e entregar para as pessoas que encontrava pelas ruas em troca de alguma coisa. Ele era tão famoso e conhecido por lá que, quando faleceu (em 1983), acabou virando um personagem lendário da cidade. Muitos acreditam que ele é o protetor da serra.

Juquinha, o personagem lendário da Serra do Cipó
Aves que vi durante a caminhada pela avenida central

Adorei conhecer a Serra do Cipó e foi uma pena ter ficado apenas um dia por lá. O contato com a natureza e a sensação revigorante que ela me trouxe são as lembranças mais especiais que trago dessa viagem. Minha intenção, quando estava planejando esse bate-volta, era conhecer a Cachoeira Grande e de lá ir caminhando até a Cachoeira Véu de Noiva. Porém descobri que a distância entre elas é muuuito grande (cerca de cinco quilômetros) e acabei visitando apenas a Cachoeira Grande. Apesar de ter achado a cidade bem estruturada (turisticamente falando), senti falta de um transporte público ou de uma agência receptiva que atenda turistas não motorizados (e que não cobre um rim por isso, rs). Fiquei com muita vontade de voltar para conhecer os outros atrativos da serra. Mas dessa vez de carro! ;D


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