SANTOS: Diversão garantida pertinho da capital

Última viagem realizada em julho/2024


Me julguem: sou paulista, moro em São Paulo desde que nasci e conheço pouquíssimos lugares do litoral sul do meu estado. Triste, não é? Também acho! Para resolver um pouquinho desse problema me comprometi a fazer periodicamente um bate e volta (ou pequenas viagens) para alguma dessas cidades litorâneas. Por enquanto já conheci quatro delas: São VicenteGuarujá, Bertioga e Santos! Para quem não conhece, a cidade de Santos é a mais próxima da capital. São apenas setenta quilômetros de distância, percorridos em menos de 1h30. A primeira vez que estive por lá foi em 2015. Apesar da chuva que peguei, gostei muuuito e acabei voltando duas vezes em 2024 (dessa vez com sol). E ainda não deu tempo de conhecer tudo, acredita? Santos é uma cidade com atrativos bastante diversificados e foi exatamente esse detalhe que me fez gostar tanto de lá. Não pense que ela se resume apenas às praias. Há muuuito mais a se fazer! 

Chegar em Santos é bem fácil, até para os não motorizados (como eu). Fui de ônibus nas três viagens que fiz e foi super tranquilo. Recomendo! Os ônibus partem do Terminal Rodoviário Jabaquara (na zona sul) e há quatro viações que fazem esse trajeto: Cometa, Ultra, Expresso Luxo e Rápido Brasil. São inúmeras partidas ao longo do dia e um detalhe que acho super legal é que lá em Santos há mais de uma opção de local para desembarque. Você pode escolher desembarcar no Terminal Rodoviário (que fica na região central), na Ponta da Praia ou em José Menino. Sempre consulte essas possibilidades quando for comprar a passagem (seja pessoalmente ou pela internet). Em 2015 desembarquei na Ponta da Praia, pois meu objetivo era conhecer alguns atrativos turísticos que ficavam ali naquela região. Já em 2024, desembarquei em José Menino e também no Terminal Rodoviário.

Descendo a Serra do Mar

A orla de Santos tem cerca de sete quilômetros de praias, que vão mudando de nome a cada novo canal que desagua no mar. Anota aí na sua listinha: José Menino, Pompeia, Gonzaga, Boqueirão, Embaré, Aparecida e Ponta da Praia. Por toda a extensão da larga faixa de areia fica o Jardim da Orla que, acredite, ganhou o título de maior jardim de praia do mundo! É muito orgulho, não é? Saiu até no Guiness Book! Caminhei por todo o jardim (que tem um pouco mais de cinco quilômetros) e realmente ele mereceu o título! Tudo é muito bonito e suuuper bem cuidado. Além do belíssimo projeto paisagístico, há muitas esculturas (é praticamente uma galeria de arte a céu aberto), plaquinhas (perfeitas para foto), bancos para descansar (e observar o vai e vem dos banhistas), ciclovia (sempre movimentadíssima) e muitos outros atrativos. Com certeza o Jardim da Orla é um dos locais mais imperdíveis de Santos!

O maior jardim de praia do mundo é santista!
O jardim possui plaquinhas perfeitas para fotografar e muitas esculturas
O jardim é muuuito bem cuidado e bonito

Como comentei, José Menino é a primeira praia de Santos e ela faz divisa com a cidade de São Vicente. É exatamente nessa divisa que fica o Parque Municipal Roberto Mário Santini, que ocupa a plataforma do Emissário Submarino. Como essa plataforma avança quatrocentos metros para o mar, a vista dali é MUITO bonita, tanto para a orla de Santos, como para a de São Vicente. Eu fiquei apaixonada, principalmente pela Ilha Urubuqueçaba, s2. O parque é super movimentado em qualquer horário do dia e por ali há muito espaço para caminhar e andar de bicicleta ou de skate (tem até uma pista profissional). Também há mirantes, o Museu do Surf (não sei se está funcionando, me pareceu fechado), playground para as crianças e muitos outros atrativos. Um dos destaques do parque é a Escultura da Tomie Ohtake, construída em comemoração aos cem anos da imigração japonesa no Brasil. Ela é enorme e muito linda!

Escultura da Tomie Ohtake
Ilha Urubuqueçaba
A orla de Santos, vista de um dos mirantes
Museu do Surf

Ainda ali na região de José Menino fica o Orquidário, outro atrativo que adorei conhecer e que super indico. O orquidário tem uma história muito interessante! Ele foi criado em 1945 para expor a coleção de orquídeas do primeiro orquidófilo do Brasil, o Júlio Conceição. Com o passar dos anos, o orquidário foi crescendo e se tornando cada vez mais conhecido. Hoje ele é considerado um parque zoobotânico e, além dos 3500 exemplares de orquídeas, também abriga mais de 1500 árvores e 500 animais, das mais variadas espécies. Sem falar na Trilha do Mel (onde há algumas colmeias de abelhas silvestres sem ferrão), Jardim Sensorial, biblioteca, brinquedoteca, playground, pavilhão de exposições, terrário, mini museu, auditório, viveiros... Enfim, tem muita coisa para se conhecer por ali! Meu passeio durou umas duas horas e foi muito agradável e relaxante ter esse contato tão próximo com a natureza. Amei caminhar entre tantas plantas e árvores diferentes (algumas suuuper altas, como o pau-rei). E também ficar tão próxima de alguns animais e aves (como cutias, pavões, jabutis e saguis).

Entrada do Orquidário de Santos
Fonte Ninfa de Naiade (à esquerda) e sagui (à direita)
Plaquinha com o mapa do Orquidário
O parque é repleto de verde!
Jacaré-de-papo-amarelo (à esquerda) e cutia (à direita)

Caminhei mais um pouquinho pela orla, passando pela Praia da Pompeia, e cheguei na Praia do Gonzaga onde fica a Praça das Bandeiras. Essa praça foi inaugurada em 1936 em homenagem a participação de Santos na Revolução Constitucionalista de 1932. Além das bandeiras dos estados brasileiros, também há uma fonte luminosa e um bonde antiguinho super fofo. Ainda na Praia do Gonzaga fica o Cine Arte Posto 4. Sim, é exatamente isso que você leu: existe uma sala de cinema na orla da praia! Nunca tinha visto isso na vida e achei super inusitado e legal. Mais um ponto positivo pra Santos!

Praça das Bandeiras
Bonde antiguinho estacionado na praça

A caminhada continuou até a Praia do Boqueirão, onde fiz mais uma parada estratégica. O atrativo da vez foi a Pinacoteca Benedicto Calixto, que eu queria MUITO conhecer. A pinacoteca foi inaugurada em 1992 e ocupa um casarão super bonito do início do século XX. Esse casarão, construído em estilo neoclássico, já foi residência familiar (na época dos barões do café), asilo de idosos, pensionato e até cortiço. Apenas em 1979 é que foi declarado bem público e, posteriormente, tombado como patrimônio histórico. A arquitetura e a decoração interna é em estilo art nouveau e a quantidade de detalhes surpreende! 

O cômodos que antigamente abrigavam sala de visitas, salão nobre, sala de jantar, escritório, biblioteca, jardim de inverno e quartos, hoje dão espaço para uma biblioteca, algumas exposições temporárias, inúmeros eventos e uma galeria de arte (localizada no pavimento superior) dedicada a Benedicto Calixto. Nascido em Itanhaém, Calixto dedicou boa parte de sua vida retratando a cidade de Santos e a região que hoje é conhecida como Baixada Santista. Amei seu trabalho e um dos pontos altos da visita foi conhecer um pouquinho a Santos de antigamente por meio de suas obras.

Pinacoteca Benedicto Calixto
Uma das salas do térreo (à esquerda) e do pavimento superior (à direita)
Detalhes arquitetônicos
Parte do acervo permanente é composto por algumas obras de Benedicto Calixto

Super pertinho da Pinacoteca, mas já na Praia do Embaré, fica a Basílica Menor de Santo Antônio do Embaré. Essa igreja é linda e fiquei encantada com sua arquitetura, que contrasta bastante com as construções mais contemporâneas que existem ao redor. Ela foi inaugurada em 1945 e possui estilo neogótico. Seu interior também impressiona bastante, principalmente por conta do pé direito suuuper alto (são dezoito metros de altura) e a quantidade de detalhes.

Basílica Menor de Santo Antônio do Embaré, por fora e por dentro

Continuei a caminhada, agora pela Praia de Aparecida, e cheguei na Ponta da Praia, onde fica o atrativo mais famoso e visitado de Santos: o Aquário. Este aquário é o mais antigo do Brasil e funciona desde 1945. Ele é enooorme! São mais de três mil metros quadrados de área, 32 tanques (ricamente decorados, reproduzindo os habitats naturais dos animais) e mais de um milhão de litros de água doce e salgada. Não é a toa que ele também entrou para o Guiness Book e permanece lá desde 1995. Além de expor centenas de espécies de animais (tem até tubarão, pinguim e leão-marinho, s2), o Aquário também realiza alguns resgates e recuperação desses bichinhos. É um trabalho muito importante e bonito! Visitei o Aquário em 2015 e lembro de ter gostado bastante! 

Em frente ao Aquário fica uma unidade do Centro de Informações Turísticas (há outras espalhadas pela cidade). Quero deixar registrado aqui que fui muito, mas MUITO bem recebida pela atendente! Ela tirou todas as minhas dúvidas e me deu várias dicas do que fazer pela cidade (seja em dias ensolarados ou de muita chuva).

Tartaruga e pinguim no Aquário de Santos
Peixinhos

A Ponta da Praia é o último trecho de praia da cidade e aí neste cantinho há alguns mirantes com vistas muito bonitas! O mais movimentado de todos é o Deck dos Pescadores. Dali dá até para ver a Fortaleza da Barra Grande, que já fica no Guarujá (que é do outro lado do estuário e pode ser acessada por uma balsa). Essa fortaleza foi erguida em 1584 com o objetivo de proteger Santos das invasões de barcos piratas. Infelizmente não deu tempo de conhecê-la... O Museu de Pesca também fica ali na orla e foi outro local que não consegui visitar, pois está fechado temporariamente já faz um bom tempo. O casarão que abriga o museu foi construído em 1906 (para ser uma escola de marinheiros) exatamente no mesmo local onde ficava um antigo forte do século XVIII. 

Ponta da Praia
Um dos mirantes com um letreiro perfeito para fotos
Fortaleza da Barra Grande
Jardim na orla da praia (à esquerda) e Museu de Pesca (à direita)

Ainda ali na região da Ponta da Praia há mais dois locais muito interessantes, que inclusive ficam na mesma rua: o Museu do Mar e o Museu Marítimo. Confesso que quando visitei o Museu do Mar, lá em 2015, ele não me agradou tanto, apesar de possuir um dos maiores acervos de vida marinha da América Latina. Lembro de ter amado apenas a fachada do prédio, rs! Já o Museu Marítimo me agradou muuuito mais. Seu acervo é composto de vários objetos que foram coletados de embarcações naufragadas na costa brasileira. Também havia alguns painéis que contavam um pouquinho da história dessas embarcações. Achei super interessante!

Entrada do Museu do Mar
Estrelas-do-mar, no Museu do Mar 
Garrafinhas de remédio super antigas, no Museu Marítimo
Diário de bordo de verdade, no Museu Marítimo

Além desses locais na região da orla, Santos ainda tem muuuitos outros atrativos históricos e culturais espalhados por toda a cidade. A região central, por exemplo, é um verdadeiro prato cheio para quem gosta de construções antiguinhas (assim como eu). Boa parte desses casarões foram erguidos no período áureo do Ciclo do Café, lá entre os séculos XIX e XX. Foi exatamente nesta época que a cidade de Santos teve um salto no seu desenvolvimento econômico (assim como diversas outras regiões do país). 

O Monte Serrat é um desses lugares históricos que super recomendo a visita! Este complexo turístico é considerado um dos principais cartões-postais de Santos e vou te contar o porquê. Em um único passeio você terá cinco experiências diferentes. Olha só: 1) a subida e a descida ao topo do morro Monte Serrat é feita em um bondinho super charmoso e antiguinho que ainda usa o sistema funicular para se locomover; 2) ali no alto fica um antigo cassino inaugurado em 1927 (e que funcionou entre os anos de 1934 e 1946); 3) dentro do cassino funciona uma charmosa cafeteria; 4) no último andar do cassino há um mirante com uma vista belíssima em 360 graus da Baixada Santista; e 5) ao lado do cassino fica o histórico Santuário Nossa Senhora do Monte Serrat, construído em 1604! Já deu para perceber que este local é imperdível, não é? Quando visitei o Monte Serrat estava chovendo, então não consegui aproveitar tanto a visita (principalmente na área externa). Mesmo assim gostei muito do passeio! 

Entrada do Monte Serrat
Bondinho super antigo que ainda se locomove usando o sistema funicular
Dentro do antigo cassino funciona uma charmosa cafeteria
Mirante localizado no último andar
Santuário Nossa Senhora do Monte Serrat

Uma forma muito divertida e inusitada de conhecer a região central é fazendo o tradicional passeio da Linha Turística do Bonde. Já fiz esse rolê duas vezes e é sempre uma delícia! O ponto de embarque e desembarque dos bondes (que são originais e super charmosos) é na bonita Estação do Valongo, a primeira estação de trem do estado de São Paulo! A estação foi inaugurada em 1867 e atendia a linha Santos-Jundiaí. Uma curiosidade de sua arquitetura é que ela foi inspirada em uma estação ferroviária londrina, que tinha estilo neoclássico. Infelizmente essa linha férrea não existe mais (a última viagem foi em 1996). Eu teria AMADO viajar até Santos neste trem! Imagina descer a Serra do Mar nele? As paisagens que veríamos pelo caminho?

O passeio de bonde dura em torno de vinte minutos e passa por alguns pontos de grande importância na história de Santos, como o Palacete Mauá, a Associação Comercial de Santos, a Praça Barão do Rio Branco, o Pantheon dos Andradas, o Conjunto do Carmo, o Correio, a Praça Visconde de Mauá, o Palácio José Bonifácio, a Praça Rui Barbosa, a Igreja Nossa Senhora do Rosário, a Rua do Comércio, a Casa da Frontaria Azulejada, o Museu do Café, o Santuário de Santo Antônio do Valongo e o Museu do Pelé. O ingresso pode ser adquirido no Museu do Pelé, que fica em frente à Estação Valongo.

Estação Valongo
O Bonde 32 é o bonde elétrico mais antigo ainda em circulação no Brasil

E por falar em Museu do Pelé, este é um dos atrativos turísticos mais visitados ali na região central. Como comentei, ele fica em frente à Estação Valongo e a visitação é gratuita. O museu ocupa os dois antigos Casarões do Valongo (a maior edificação paulista no século XIX), que foram erguidos entre os anos de 1867 e 1872 para sediarem a Prefeitura e a Câmera de Santos. O acervo mostra boa parte da trajetória do futebolista Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, que iniciou sua carreira no Santos Futebol Clube. Por ali estão expostos documentos, fotografias, camisas, chuteiras, bolas, troféus e muitos outros itens. O museu também possui uma cafeteria e uma loja.

Os antigos casarões do Valongo hoje abrigam o Museu do Pelé
O acervo do museu é composto por documentos, fotografias, troféus, camisas...
Minha parte preferida do museu!
A Cafeteria do Rei, dentro do museu

Ao lado da Estação Valongo fica o Santuário de Santo Antônio do Valongo, considerado um dos mais antigos do país. Sua construção é do ano de 1640 e a arquitetura é tipicamente barroca. Antigamente a igreja também possuía um prédio anexo, onde funcionava um convento, porém ele foi demolido durante a construção da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí. Tanto o interior como a fachada são muito bonitos e valem a visita! Ali próximo fica a tradicional Rua do Comércio que, como o próprio nome diz, já foi uma das principais ruas comerciais de Santos, abrigando importantes lojas. O que no século passado simbolizou prosperidade, hoje, infelizmente, isso não acontece mais. Boa parte das construções desta rua estão, literalmente, caindo aos pedaços. Foi muito triste ver esses casarões abandonados (assim como muitos outros ali da região). E ver uma parte da história da cidade se perdendo.

Santuário de Santo Antônio do Valongo, por fora
Por dentro do Santuário
Rua do Comércio

O único casarão aberto à visitação aí na Rua do Comércio é a Casa da Frontaria Azulejada. Ela foi construída em 1865 para servir de residência e armazém de um comendador português. A arquitetura do casarão tem referência neoclássica e boa parte da fachada é revestida com azulejos em alto-relevo, pintados à mão. São mais de sete mil azulejos, acredita? É muito lindo! No andar superior ficava a residência da família, já no pavimento inferior era onde funcionava o armazém. Um detalhe curioso é a largura da porta principal. Ela tem esse tamanho para que carruagens pudessem acessar o interior do prédio. Durante muuuitos anos este casarão ficou abandonado, mas em 1973 foi tombado como patrimônio histórico pelo Iphan e em 1992 começou a ser restaurado (principalmente a fachada). Felizmente, em 2007, ele voltou a funcionar como um centro cultural, o Espaço Cultural Frontaria Azulejada. Quando estive em Santos, em 2024, tive a felicidade de encontrá-lo aberto, durante uma das edições da Feira Criativa. O interior é MUITO bonito, mas imagino que esteja bastante descaracterizado. O pavimento superior, por exemplo, nem existe mais.

Casa da Frontaria Azulejada
Olha que belezura esses azulejos pintados à mão
O interior do casarão, que hoje funciona como um espaço cultural
Mais detalhes da arquitetura

Ainda ali da Rua do Comércio é possível acessar o famoso Museu do Café, por meio da Rua Quinze de Novembro. Este museu, considerado mais um dos cartões-postais de Santos, está localizado dentro de um belíssimo prédio, onde antigamente funcionava a Bolsa Oficial do Café. Sua arquitetura, em estilo eclético, é MUITO bonita. No topo há uma torre (com quarenta metros de altura) onde fica um relógio. Outro detalhe bastante curioso é a quantidade de portas e janelas. Há mais de duzentas, acredita? Obviamente que essa construção é tombada como patrimônio histórico e lá dentro a arquitetura consegue ser ainda mais maravilhosa. O Museu do Café foi inaugurado em 1998 e todo seu acervo retrata um pouco da história e da importância do café para a economia brasileira durante os séculos XIX e XX. A ambientação de todas as salas expositivas é MUITO bonita e interessante! Se você gosta do assunto, prepare-se, pois ficará horas ali dentro, de tanto conteúdo. Além do museu, no prédio também funciona uma cafeteria bastante tradicional. Este é mais um dos atrativos de Santos que super recomendo a visita. Ah, e aos sábados a entrada é gratuita! #ficaadica

Rua Quinze de Novembro (à esquerda) e prédio da antiga Bolsa Oficial do Café (à direita)
Olha a arquitetura desses corredores laterais!
Uma das salas expositivas do Museu do Café
A arquitetura é belíssima!!!
O acervo do museu é riquíssimo e bastante completo

A Rua do Comércio finaliza na Praça Rui Barbosa, onde fica a Igreja Nossa Senhora do Rosário. Esta igreja tem uma história bastante interessante! Ela começou a ser construída em 1756 e demorou 66 anos para ficar pronta, mais exatamente no ano de 1822. Neste mesmo local onde a igreja foi erguida, antigamente existia a Capela do Rosário. Na época da escravidão, muitos escravizados fugiam das fazendas da região e se escondiam aí nesta capelinha. Ela era a única instituição religiosa que os acolhia e os socorria, ajudando-os a irem para um quilombo.

Igreja Nossa Senhora do Rosário
O interior da igreja também é muito bonito

Outro local bastante importante no centro de Santos é a Praça Mauá. É nesta praça onde está localizado o Memorial José Bonifácio (fica no subsolo da praça e foi inaugurado em 2022, por ali há uma exposição bastante tecnológica sobre este ilustre santista) e o Palácio José Bonifácio. O palácio foi projetado para sediar a Prefeitura e a Câmera Municipal e começou a ser construído em 1937. Apenas dois anos depois é que ocorreu a inauguração, mais exatamente em 1939. Sua arquitetura é eclética, mas tem referências neoclássicas em todos os espaços. Aos finais de semana é oferecido uma visita guiada gratuita que precisa ser agendada com antecedência neste site aqui. Fiz essa visitação e gostei bastante! O monitor era muito simpático e nos contou diversas histórias e curiosidades do palácio. Percorremos quatro espaços: o hall de entrada (é todo revestido em mármore e tem uma escadaria muito bonita), o Salão Nobre e a Sala Princesa Isabel (a decoração de ambas as salas ainda é da época, e super ornamentada), e o Centro de Controle Operacional (neste espaço é realizado o monitoramento de todas as câmeras de segurança da cidade, muuuito interessante!). Se você gosta de história e arquitetura, super recomendo a visita!

Palácio José Bonifácio
Hall de entrada do palácio, todo revestido em mármore
Detalhes do Salão Nobre
Sala Princesa Isabel

Próximo da Praça Mauá fica a Praça Barão do Rio Branco. É aí onde está localizado o Conjunto do Carmo, o primeiro convento de Santos (que foi construído durante o período colonial, por volta de 1580). Este conjunto é composto por duas igrejas (a da esquerda é a Venerável Ordem Terceira do Carmo e a da direita é a Igreja dos Freis Carmelitas, onde fica o convento) que são unidas por uma torre. A arquitetura é tipicamente barroca e todo o espaço é tombado como patrimônio histórico pelo Iphan. Infelizmente não consegui visitá-la, pois estava fechada.

Conjunto do Carmo

Ainda na região central há mais outra construção belíssima onde funciona o Centro Cultural Português. Este casarão foi erguido durante os anos de 1898 e 1901 para abrigar a sede de uma associação cultural formada pelos imigrantes portugueses, o Real Centro Português. A ideia era que ali fossem oferecidas atividades recreativas, educativas, literárias e sociais para estes imigrantes. A construção tem referência neomanuelina, um estilo bastante famoso em Portugal na época do "descobrimento" (é a única neste estilo no estado de São Paulo). Atualmente o local funciona como um espaço cultural. Como ele já estava fechado no horário em que passei por lá, tive que me contentar apenas em admirar a arquitetura externa (que é linda).

Próximo dali fica a Praça José Bonifácio, onde estão mais dois atrativos. Um deles é a Catedral de Santos, que começou a ser construída em 1909 e só foi finalizada em 1967. O projeto arquitetônico é assinado pelo engenheiro Marx Hell, o mesmo que projetou a Catedral da Sé, em São Paulo (as duas são bem semelhantes). Sua arquitetura é em estilo neogótico, mas a cúpula tem referência renascentista. Infelizmente não consegui visitá-la (estava fechada por conta de uma reforma na praça). Ao lado da catedral fica o Teatro Coliseu, o maior teatro de Santos (com capacidade para mil pessoas)! Ele foi erguido em 1924 (em estilo eclético), época em que foi considerado um dos melhores do país. Muitos musicais, concertos, óperas, peças teatrais e outros espetáculos (nacionais e internacionais) já rolaram por ali. Infelizmente, com o passar dos anos, o teatro foi perdendo seu glamour e fechou suas portas na década de 1980. Parece que ainda hoje permanece fechado.

Já na Praça dos Andradas, fica o Teatro Guarany (foi inaugurado em 1882 e é considerado o primeiro teatro de Santos), a antiga Casa de Câmera e Cadeia (sua construção, em estilo colonial, começou em 1836 e só foi concluída trinta anos depois; atualmente o espaço funciona como um centro cultural) e o Terminal Rodoviário de Santos.

Centro Cultural Português (à esquerda) e Catedral de Santos (à direita)
Teatro Guarany
Antiga Casa de Câmera e Cadeia

Amei conhecer Santos e amei essas três viagens que fiz para lá, em 2015 e duas vezes em 2024. Como comentei, Santos me encantou pela diversidade de atrativos. É uma cidade democrática e consegue agradar vários estilos de viajantes. Tem passeios culturais, passeios recheados de história, passeios pela natureza, passeios de lazer... É beeem difícil você não encontrar algo que goste! Meus lugares preferidos foram o Jardim da Orla, o Orquidário, o Museu do Café, o Monte Serrat e o passeio de bonde. Obviamente que não consegui visitar tudo. Preciso fazer um quarto bate e volta para conhecer melhor o centro histórico, o Jardim Botânico Chico Mendes, fazer um passeio de escuna... Resumindo: preciso voltar urgente!!!


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