CONGONHAS: Praticamente um museu a céu aberto!

 Viagem realizada em dezembro/2021 


Taí uma cidade que me surpreendeu e que conheci meio que por acaso. Fui passar oito dias em Belo Horizonte e aproveitei essa viagem para visitar alguns lugares próximos, que ficassem em um raio de até cem quilômetros de distância. Eu não tinha incluído Congonhas no meu roteiro, mas acabei tendo um dia vago e decidi ir pra lá. Não tinha pesquisado nada, não tinha organizado nada. Apenas comprei a passagem na rodoviária e fui. O resultado? Simplesmente AMEI!!! s2

Congonhas é mais uma cidade mineira que se desenvolveu durante o Ciclo do Ouro. Tudo começou mais precisamente em 1734. Ela fica a oitenta quilômetros de distância de Belo Horizonte e o ônibus demorou mais ou menos 1h30 para chegar. A viagem foi super tranquila! A rodoviária não fica tããão perto do centro histórico, mas é super possível ir a pé. A caminhada durou uns trinta minutos. Apenas o último trecho é mais cansativo, já que o principal atrativo turístico de Congonhas, o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, fica no alto de uma colina.

O Santuário começou a ser construído em 1757 a pedido do minerador português Feliciano Mendes, que prometeu erguer um templo (usando todo o seu dinheiro) para homenagear Bom Jesus de Matosinhos, caso ele fosse curado de uma grave doença. A graça foi alcançada mas, infelizmente, a construção demorou taaantos anos para ficar pronta (isso só aconteceu em 1875) que Feliciano faleceu antes de vê-la concluída. :( Assim que cheguei no Santuário já entendi porque esse local foi tombado como patrimônio histórico pelo Iphan e como patrimônio mundial da humanidade pela Unesco. Tudo ali é lindo e transborda cultura, arte e história. Fiquei fascinada por todo o conjunto arquitetônico! 

Santuário do Bom Jesus de Matosinhos
A parte externa da igreja
O interior da igreja é rico em detalhes

No pátio em frente à igreja e na escadaria que dá acesso à Praça do Santuário estão expostas as famosíssimas esculturas dos Doze Profetas de Aleijadinho. Essas esculturas (também conhecida como Adro dos Profetas), produzidas em pedra sabão, são lindas e MUITO expressivas! Ah, e também possuem o tamanho real dos apóstolos. É surpreendente ver a quantidade de detalhes (viva o barroco brasileiro)! Repare que cada profeta traz uma profecia fixada na pedra. Ali na praça também fica o Jardim dos Passos, onde estão as seis capelas brancas, interligadas por um jardim repleto de palmeiras imperais, remetendo à Via-Sacra de Jerusalém. Dentro de cada capela há diversas esculturas (também esculpidas por Aleijadinho e pintadas por Manoel da Costa Athaíde) representando as seguintes passagens bíblicas: A última ceia, Agonia no horto, Prisão de Jesus, Flagelação e coroação, Cruz às costas, e Crucificação.

As obras-primas de Aleijadinho
As capelas do lado de fora e do lado de dentro

O entorno da Praça do Santuário também está repleto de construções históricas muito bonitas! O Beco dos Canudos, por exemplo, é um desses locais que merece a visita! Nessa viela super charmosa, localizada ao lado da praça (e acessível apenas para pedestres), há muitas casinhas coloniais que hoje em dia abrigam lojinhas de artesanato (achei os preços e a variedade ótimos!). Do outro lado da praça também há restaurantes. Ah, quase esqueci de comentar que, como a praça fica em uma parte alta da cidade, a vista lá de cima é muito bonita. É praticamente um mirante também!

Casarão nos fundos do Santuário
Detalhes do casarão
Beco dos Canudos
Mais casarões ao redor da Praça do Santuário

Ali pertinho do Santuário fica outro atrativo IMPERDÍVEL: o Museu de Congonhas. Simplesmente amei esse local e fiquei emocionadíssima em vários momentos da visita. Pra começar, a arquitetura do prédio já impressiona de longe! Apesar do estilo super contemporâneo, a construção se integra harmoniosamente com os casarões mais antigos. É lindo de se ver! E por dentro ele é mais maravilhoso ainda! Há três pavimentos repletos de salas expositivas que mostram detalhes da construção do Santuário e sua relação com a arte, a religião e a cultura (também há algumas exposições temporárias). O Museu de Congonhas é um espaço tão fascinante que foi tombado como patrimônio artístico pelo Iphan e como patrimônio cultural mundial pela Unesco. Visitar esse museu foi uma experiência riquíssima pra mim! Super recomendo! Ah, eles cobram uma pequena taxa de visitação, porém há um dia na semana em que a entrada é gratuita.

Museu de Congonhas
Uma das salas expositivas
As exposições são muito lindas!
O museu abriga informações riquíssimas sobre o Santuário

A rua em que o museu está localizado é a Alameda Cidade de Matosinhos de Portugal, também conhecida como Alameda das Palmeiras. Essa rua possui um projeto paisagístico muito bonito! Nas laterais há canteiros floridos (super bem cuidados) repletos de palmeiras altíssimas. Ali no final da rua fica a Romaria, um espaço originalmente construído para receber e hospedar os peregrinos que visitavam Congonhas. Hoje em dia, o prédio abriga a Fundação Municipal de Cultura, Lazer e Turismo e um centro histórico/cultural. Gostei bastante de conhecer esse local! A construção circular e o tamanho do pátio interno me surpreenderam! Ali dentro é possível mensurar e imaginar a quantidade de peregrinos que visitavam (e ainda visitam) o Santuário.

Alameda Cidade de Matosinhos de Portugal
O prédio da Romaria
Pátio interno da Romaria

Outro lugar que adorei conhecer foi a Rua da Ladeira. Essa é a rua que dá acesso ao Santuário e que liga o centro histórico ao centro comercial. Seu calçamento (ainda original da época) é todo em pedras roladas e pé de moleque e no entorno há inúmeras casinhas do século XVIII, com portas e janelas coloridas. Uma graça! Aí nessa ladeira fica a Igreja Matriz de São José. Essa igreja começou a ser construída em 1817 e só ficou pronta muuuitos anos depois, no início do século XX, acreditam? Apesar de sua arquitetura ser considerada "modesta" (quando comparada a outras igrejas da época), achei ela linda e grandiosa. Infelizmente não consegui conhecê-la internamente, pois estava fechada.

Outro atrativo da ladeira é o Museu da Imagem e Memória, que fica dentro do Casarão dos Fonseca. O museu possui dois pavimentos onde estão expostos diversos documentos, fotografias e objetos que contam um pouco da história e das personalidades de Congonhas. Uma das salas, por exemplo, é dedicada ao médium Zé Arigó, um congonhense que ficou famoso por incorporar o médico alemão Fritz e realizar diversas cirurgias e curas. A visitação é gratuita e há monitores para atender os visitantes.

Ladeira Bom Jesus (à esquerda) e Igreja Matriz de São José (à direita)
Museu da Imagem e Memória
Uma das salas do museu

Outra igreja que conheci foi a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição. Ela fica na Praça Sete de Setembro, que é um pouco mais afastada do Santuário (mas super acessível a pé, coisa de dez/quinze minutos caminhando). Sua construção é do ano de 1734 e também possui o estilo arquitetônico barroco. Na fachada há vários detalhes em pedra sabão (que também foram esculpidos por Aleijadinho). Achei a igreja muito grandiosa e imponente! Infelizmente também não consegui visitá-la internamente.

Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição
A igreja vista de longe

Bom, acho que nem preciso comentar mais que AMEI Congonhas, né? Gostei de tudo o que vi: o Santuário, as esculturas de Aleijadinho, os museus, as casinhas coloniais coloridas, o artesanato... Não sei explicar, mas senti uma energia tão boa nessa cidade. Acho que me apaixonei por lá! s2 Também gostei do fato de tudo ser muito pertinho e acessível para quem está a pé, sem veículo próprio. A infraestrutura da cidade é ótima! Tem muitos restaurantes, supermercados, padarias, lojas... Acredito que um dia seja suficiente para conhecer com calma todos os atrativos, mas caso seja preciso dormir na cidade, também vi algumas opções de hotéis e pousadas (tanto no centro novo, como no centro histórico). Enfim, Congonhas é linda e super recomendo a visita! ;)


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https://congonhas.org.br/

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