JOÃO PESSOA: O sol nasce primeiro aqui!

Viagem realizada em agosto/2018


Essa história que o sol nasce primeiro em João Pessoa é super verdade! Lá pelas cinco da manhã a cidade já começa a clarear e o movimento se inicia, principalmente no calçadão das praias. Isso acontece porque a capital da Paraíba está localizada no ponto mais oriental da América e os raios solares incidem primeiro por lá. Olha que privilégio! E por falar em praias, Jampa (como é carinhosamente chamada pelos moradores) tem mais de 24 quilômetros de areia, sol e tranquilas águas. É ou não é o paraíso? Fui conhecer esse pedacinho do nordeste brasileiro nas minhas mini férias de 2018. Passei seis dias em João Pessoa e visitei muitos lugares lindos, mas acreditem: não deu para conhecer tudo! A Paraíba é um estado pequeno, mas tem muita, muuuuita coisa pra fazer, tanto no litoral como no interior.

Essa viagem aconteceu em uma fase apertada da minha vida (financeiramente falando, rs). Só comprei as passagens aéreas porque vi uma promoção e a hospedagem foi beeem simples. Encontrei uma quitinete no Airbnb (fiquei nessa aqui, ó www.airbnb.com.br/rooms/20869202) com um ótimo preço (ótimo mesmo), super bem localizada e com excelente avaliação. Acabei decidindo me hospedar por lá, ao invés de ficar em hotel ou pousada (como estou acostumada). Ela ficava pertinho da praia de Manaíra e do centrinho de Tambaú (com várias opções de comércio). O atendimento foi muuuito hospitaleiro e gentil (me senti em casa), e as acomodações eram simples, mas funcionais. Enfim, foi uma boa experiência e certamente voltaria mais vezes!

A quitinete onde fiquei hospedada ficava no andar superior dessa residência
O quarto era simples, mas funcional

João Pessoa tem quatro praias urbanas: Bessa, Manaíra (onde fiquei hospedada), Tambaú e Cabo Branco. São nelas onde estão concentradas boa parte dos hotéis e pousadas, e do comércio voltado para o turismo. A Praia do Bessa (que fica ao norte, na divisa com Cabedelo) é mais frequentada por moradores, pois está em um bairro residencial. Já Manaíra é bastante turística e comercial, mas a praia em si é mais utilizada para práticas esportivas do que para banho (o mar costuma ser mais agitado e turvo por ali, não agradando tanto os frequentadores).

As duas praias que mais bombam na área urbana são Tambaú e Cabo Branco. A faixa de areia fica lotada de guarda-sol e cadeirinhas, e o calçadão é repleto de quiosques e restaurantes. É daí de Tambaú que saem os passeios de barco para as Piscinas Naturais de Picãozinho. Essas piscinas só surgem quando a maré está baixa e é lotada de peixinhos. Infelizmente não fiz esse passeio (não deu tempo), mas parece ser bem bonito. Também é no centrinho de Tambaú onde estão localizados alguns dos melhores comércios para compra do artesanato paraibano: a Feirinha de Artesanato de Tambaú e o Mercado de Artesanato. Ambos possuem diversas barraquinhas e boxes que comercializam de tudo um pouco: roupas, doces, bebidas, artesanato, lembrancinhas... Impossível sair sem comprar algo. Mentira, eu não comprei nada, rs!

Nascer do sol na Praia de Manaíra
Praia de Tambaú
Feirinha de Artesanato em Tambaú
Mercado de Artesanato

A Praia de Cabo Branco é a continuação da Praia de Tambaú. Ela termina nas falésias onde fica a Estação Cabo Branco, um centro cultural e educacional projetado por Oscar Niemeyer. Fiz a besteira de ir caminhando de Tambaú até essa estação e só me frustrei... Além do percurso ser longo, fiquei sabendo depois que o trecho de subida das falésias é perigoso (no calçadão da praia é tranquilo e seguro, mas no alto das falésias não é recomendado ir sozinho). Para me frustrar ainda mais, quando cheguei na estação dei com a cara na porta! Estava fechada, pois era segunda-feira e ela não abre nesse dia da semana. 

Ainda bem que ali pertinho ficava o Farol do Cabo Branco (graças a ele a caminhada não foi em vão, rs). Esse farol simboliza o ponto mais oriental da América (a Ponta do Seixas) e foi construído em 1972. Ali há algumas barraquinhas vendendo bebidas, lanchinhos e artesanatos, e um mirante com uma belíssima vista para a Praia do Seixas. Essa praia fica razoavelmente perto do farol, mas só para quem está de veículo próprio (a pé é longe, não consegui ir). Tentei voltar de ônibus para Tambaú, mas não consegui... Fiquei mais de uma hora no ponto e não passou nenhum. Voltei caminhando e cheguei na quitinete EXAUSTA!

Calçadão e falésias na Praia do Cabo Branco
Letreiro "Eu s2 Jampa" no calçadão
Estação Cabo Branco projetada por Oscar Niemeyer
Farol do Cabo Branco (à esquerda) e a Praia do Seixas (à direita)

Em um outro dia (de muuuita chuva por sinal, rs) fui conhecer o Centro Histórico, que é tombado como Patrimônio Cultural da Humanidade pelo Iphan. Para quem não sabe (inclusive eu não sabia), João Pessoa é a terceira capital mais antiga do Brasil! Um detalhe curioso é que ela se desenvolveu do interior para o litoral (e não o inverso, como costuma ser mais comum aqui no Brasil). A cidade teve início em 1585 na beira do Rio Sanhauá e por isso há tantas construções históricas ali no entorno.

O primeiro local que visitei foi a Praça Pedro Américo, onde fica o Theatro Santa Roza. Esse teatro é um dos mais antigos do Brasil e foi palco de importantes acontecimentos históricos. Ele foi inaugurado em 1889 e sua arquitetura, em estilo neoclássico (e com influência greco-romana), é belíssima! Nessa mesma praça, também estão localizados outras construções muito bonitas, como a que abriga o Comando Geral da Polícia Militar do Estado (sua construção foi iniciada em 1853), o Quartel da Polícia Militar (começou a ser erguido em 1810) e a antiga sede dos Correios e Telégrafos (inaugurado em 1927, tem estilo eclético).

Outro local que conheci foi a Praça Antenor Navarro, uma das mais famosas de João Pessoa por abrigar dezenas de casinhas coloridas (e muito bem preservadas), em estilo art-noveau. Como estava chovendo MUITO nesse dia, acabei não visitando o antigo Hotel Globo e nem a Igreja de São Frei Pedro Gonçalves, outros atrativos que ficam ali pertinho dessa praça. Uma pena o tempo não ter colaborado...

Theatro Santa Roza
Antiga sede dos Correios e Telégrafos
Casinhas coloridas da Praça Antenor Navarro

Um detalhe que me chamou a atenção é que o centro histórico de João Pessoa é cheio de igrejas! São onze no total, mas só consegui visitar algumas delas, como a Igreja Nossa Senhora da Misericórdia (a mais antiga da Paraíba, é do ano de 1612, tem estilo maneirista), a Igreja e Mosteiro de São Bento (inaugurada em 1761, tem estilo barroco), a Catedral Basílica Nossa Senhora das Neves (localizada no marco-zero de João Pessoa, na Praça Dom Ulrico, é a quarta igreja construída nesse mesmo local), a Igreja Nossa Senhora do Carmo (inaugurada em 1763, tem estilo barroco-rococó) e a Igreja São Francisco, a mais famosa de todas.

Igreja Nossa Senhora da Misericórdia, a mais antiga da Paraíba (por dentro e por fora)
Catedral Basílica Nossa Senhora das Neves
Igreja Nossa Senhora do Carmo

A Igreja São Francisco fica dentro do Centro Cultural São Francisco e é uma das mais importantes construções barrocas do país. Sua fundação é do ano de 1589! A visita é obrigatoriamente feita com o acompanhamento de um guia, que vai explicando cada espaço do local (que é enorme). Iniciamos o tour na Igreja São Francisco e no Convento de Santo Antônio, passando pela Capela da Terceira Ordem de São Francisco, Capela de São Benedito e Capela Dourada. Na sequência, subimos para o andar superior, onde funcionam dois museus: o Museu de Arte Sacra e o Museu de Arte Popular (meu preferido). Adorei ver um pouco dos diferentes artesanatos produzidos pelo Brasil e constatar (mais uma vez) como nosso país é rico culturalmente. Em quase todos os momentos da visitação (que durou quase uma hora) fiquei embasbacada com algo. Há muitos detalhes e muuuitas pinturas lindas. A visita vale super a pena e, certamente, esse foi o ponto alto do passeio pelo centro histórico.

Centro Cultural São Francisco
Interior de alguma das capelas e/ou igreja (sorry, não lembro)
Detalhes da arquitetura
Escadaria em mármore (à esquerda) e Claustro (à direita)

Ainda no centro histórico, a fachada do Casarão dos Azulejos (construído no século XIX) foi outro local que me chamou a atenção. Ela é toda revestida com azulejos em tons de azul trazidos diretamente de Portugal e, como AMO azulejos coloridinhos, é claro que essa construção não ia passar despercebida!

Finalizei meu passeio na Praça João Pessoa, também conhecida como Praça dos Três Poderes. Ali estão mais três prédios históricos onde funcionam o Palácio do Governo (seu nome original é Palácio da Redenção, começou a ser construído em 1586, tem estilo barroco), a Assembleia Legislativa (seu nome original é Casa de Epitácio Pessoa) e o Tribunal de Justiça (inaugurado em 1919, tem estilo eclético).

Casarão dos Azulejos
Palácio da Redenção, onde funciona o Palácio do Governo

Gostei muito de conhecer João Pessoa! Achei a infraestrutura turística ótima. Tem muitas opções de hotéis, restaurantes e lojas. As praias também me surpreenderam! São bonitas e limpas e com um ótimo calçadão (geralmente praias urbanas centrais não tem uma balneabilidade tão agradável, né?). Outra coisa que gostei na Paraíba é que, como é um estado pequeno, é super possível se hospedar na capital e ir fazendo bate-volta para as cidades vizinhas.

Não gostei muito do transporte público. Utilizei ônibus apenas para vir do aeroporto à Manaíra, no dia em que cheguei. Tentei fazer uma segunda experiência, mas não rolou, pois fiquei mais de uma hora no ponto e o ônibus não passou... Sinceramente, não achei o transporte público de João Pessoa acessível para os turistas. Lá em Manaíra/Tambaú não existiam linhas para os principais pontos turísticos da cidade e arredores. E se havia, tinha que fazer muitas baldeações, o que acabava deixando o trajeto/tempo inviável. Acho que isso poderia ser melhorado, pois a cidade precisa estar apta para receber os diversos tipos de turistas: desde os que gostam de contratar passeios de agência receptiva até os que preferem fazer tudo por conta própria (seja em carro alugado, Uber/táxi ou transporte público). Em relação à segurança, me senti razoavelmente confortável andando por lá (exceto na subida das falésias do final da praia de Cabo Branco e em algumas ruas do centro histórico).

Fui embora depois de seis dias e ainda ficou uma listinha enorme de coisas para fazer. Não fui em nenhuma das piscinas naturais, na Ilha de Areia Vermelha, na Praia do Seixas, na Praia do Amor, na Barra de Grumame, no Jardim Botânico, nas cidades do Caminho dos Engenhos, no Vale dos Dinossauros e tantos outros lugares da incrível Paraíba! Já quero voltar! :)


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