Viagem realizada em maio/2015
Conhecer a Floresta Amazônica foi algo inesquecível e muuuito especial! E essa foi mais uma das viagens que aconteceram assim: de uma hora para a outra, sem muito planejamento. Vimos uma promoção de passagem aérea i-m-p-e-r-d-í-v-e-l para
Manaus e, mais uma vez (assim como aconteceu com
Belém), não pensamos duas vezes. Compramos! Marcamos a viagem para um final de semana, teríamos dois dias inteiros para conhecer um pouquinho da capital do Amazonas!
O próximo passo foi pesquisar o que fazer durante esses dias. Entramos em contato com vários receptivos, até que a
Iguana Turismo nos mostrou uma opção de passeio, chamada Sunrise, que se encaixava perfeitamente no nosso tempo. O
Pacote Sunrise é uma série de atividades que acontecem dentro da Floresta Amazônica, onde estão incluídos a hospedagem em um hotel de selva, toda a alimentação e as atividades na floresta. Foi demais! Essa agência cuidou de tudo e não nos preocupamos com nada! Para quem não sabe, lá em Manaus existem duas opções de hospedagem: os hotéis localizados no centro da cidade e os hotéis de selva que ficam dentro da floresta, proporcionando uma maior interação com a fauna, a flora e a vida na Amazônia.
Chegamos em Manaus na sexta-feira à noite e fomos direto para o
Hotel Dez de Julho dormir. Reservamos apenas uma noite nesse hotel, pois no dia seguinte sairíamos cedinho para o início dos passeios. Esse hotel é super bem localizado! Fica na mesma rua do
Teatro Amazonas, lá no centro histórico. As instalações e o café da manhã são bem simples, mas como só precisávamos de um lugar para passar a noite, isso não nos incomodou. A agência que contratamos fica no mesmo prédio desse hotel e esse foi mais um dos motivos pelo qual o escolhemos.
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Hotel Dez de Julho, no centro de Manaus |
Antes de tomarmos o café da manhã fomos conhecer o famoso Teatro Amazonas. Ele é lindo e enorme! Infelizmente só conseguimos vê-lo por fora, porque as visitas guiadas aconteceriam durante o dia, quando não estaríamos mais em Manaus. O teatro foi inaugurado em 1896 e sua construção só foi possível graças a boa situação econômica da cidade nessa época, período conhecido como Ciclo da Borracha. Fiquei com muuuita vontade de conhecê-lo internamente, mas infelizmente isso ficou para uma próxima visita à Manaus... Atrás do teatro há outro prédio histórico muito bonito, o
Palácio São Sebastião.
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Teatro Amazonas |
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Palácio São Sebastião |
O Teatro Amazonas fica localizado no
Largo de São Sebastião. Esse largo, que na verdade é uma praça, é super movimentado durante todo o dia. De manhã e à tarde é comum ver famílias passeando por lá. Já à noite é a vez dos jovens lotarem os barzinhos. Aí nesse largo também fica a famosa
Sorveteria Glacial. Ela fica em um prédio histórico e comercializa sorvetes naturais de frutas regionais. Provei dois tipos de sabor (camu camu e taperebá) e achei uma delícia! A
Igreja São Sebastião, de 1888, também fica nesse largo.
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Igreja São Sebastião (à esquerda) e Largo de São Sebastião (à direita) |
Por volta das nove da manhã um transfer nos buscou no hotel e nos levou de carro até o
Porto do Ceasa. Esse porto é super movimentado e ali acontece uma feirinha de peixes. Nunca vi tanto peixe diferente junto! Fiquei super impressionada! Aí no porto embarcamos em uma lancha rápida que nos levou até o famoso
Encontro dos rios Negro e Solimões. É muito legal e as águas desses rios realmente não se misturam! O moço da lancha explicou que isso acontece por causa das diferenças de temperatura, densidade e velocidade da correnteza de suas águas. O
Rio Negro (que vem lá da Colômbia), como o próprio nome diz, é mais escuro, enquanto que o
Rio Solimões (que vem do Peru) tem a cor mais clarinha e é barrento. Gostei bastante de conhecer esse fenômeno natural, mas como estávamos em uma lancha pequena, ficou um pouco difícil fotografar os dois rios juntos. Aconselho fazer esse passeio em um barco mais alto, onde pode-se ter uma visão melhor do encontro das águas.
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Feirinha de peixes no Porto do Ceasa |
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Porto do Ceasa |
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Encontro dos rios Negro e Solimões |
Depois do passeio pelos rios, chegamos na
Vila do Careiro. Lá pegamos uma van que percorreu um trecho da
Rodovia Transamazônica até chegar na margem do
Rio Paraná do Mamori. Isso demorou cerca de uma hora e vimos muitas paisagens bonitas pelo caminho, incluindo vitórias-régias!
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Rodovia Transamazônica |
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Muitas vitórias-régias pelo caminho |
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Rio Paraná do Mamori |
Lá no rio embarcamos em outra lancha rápida e nesse momento já começamos realmente a nos sentir na Floresta Amazônica. Foi muito, muito delicioso navegar por esse rio e ver tantas paisagens lindas. A água é tão, tão transparente que reflete todas as árvores e plantas que ficam nas margens. Além de refletir também as nuvens do céu. É lindo e não há palavras que descrevam a beleza do lugar! Quando estávamos quase chegando no nosso hotel de selva, cruzamos um igarapé e foi muito legal também.
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Paisagens lindas pelo caminho |
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Cruzando o igarapé |
Por volta das onze horas chegamos ao
Hotel Juma Lake Inn. Esse hotel fica às margens do rio e é bem rústico. Cada suíte fica dentro de uma cabana (muito fofa) e também há um dormitório coletivo. O quarto é simples, porém confortável. A única coisa que não gostei foi de não ter chuveiro quente. Foram dois dias tomando banho de água gelada! Ah, também não tem sinal de
wifi, nem de celular e nem televisão. A Amazônia é um local para se desligar de tudo! As refeições do hotel também deixaram um pouco a desejar... O café da manhã era muuuito fraco! E o almoço e o jantar eram gostosos (principalmente o peixe tucunaré), porém não tinha muita variedade. Ou você comia o que era servido ou ficava com fome, rs. Porém como ficamos apenas dois dias, isso não nos incomodou muito. Acho que se ficássemos mais tempo, certamente nos aborreceríamos.
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Hotel Juma Lake Inn |
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Cabanas fofas! |
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Pier do hotel |
Após o almoço saímos para um passeio de canoa pelo
Lago Juma. Foi muito legal! Vimos bicho-preguiça, macacos, botos, revoada de pássaros... É uma delícia ficar navegando pelo rio e ouvindo o barulhinho da natureza. Quase no finalzinho da tarde, paramos a canoa para pescar. Eu nunca tinha pescado na vida e acabei conseguindo pegar uma piranha! Foi legal, mas depois devolvemos a coitadinha na água, rs. Quando estávamos voltando para o hotel, assistimos ao pôr do sol e foi muito bonito. Chegamos ao hotel exaustos!
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Bicho-preguiça |
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Garça azul |
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Pôr do sol |
Depois do jantar, saímos de canoa novamente para fazer a focagem de jacaré. Eu estava muito ansiosa por esse passeio! Achei que fosse ficar com medo de sair à noite, no meio do mato, mas a lua estava cheia e iluminou nosso caminho. O guia pegou alguns jacarés. Apesar de serem filhotes e bem pequenos, gostei da experiência de segurar um bicho selvagem como aquele! Foi muuuito legal! Esqueci de falar que nosso guia durante esses dois dias foi um índio legítimo da Amazônia. Isso deixou nossa viagem muito mais interessante e informativa!
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Focagem de jacaré |
No dia seguinte, acordamos super cedo: às cinco da manhã! Saímos de canoa para ver o sol nascer. Esse foi um dos momentos mais especiais e inesquecíveis do nosso final de semana. Foi lindo! O céu ficou com tantas cores... Foi m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-o! Também vimos muito botos nesse dia. Só de escrever já me deu saudades...
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Amanhecer no Lago Juma |
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Botos, lindos! |
Após o café da manhã, fizemos a caminhada na selva, que durou umas duas/três horas. Confesso que essa foi a parte que menos gostei do passeio... Achei que fossemos fazer uma caminhada em uma trilha demarcada (algo mais turístico e fácil). Porém estava enganada... A caminhada foi na selva mesmo! No meio da floresta, com árvores gigantes e cheio de obstáculos pelo caminho. Até rio a gente cruzou! O guia também nos ensinou algumas técnicas de sobrevivência. Ele nos mostrou diversas plantas e frutos típicos da Amazônia, até encontrou umas larvas dentro de um fruto e perguntou quem queria experimentar. Não tive coragem, mas uma das pessoas do grupo experimentou. A parte mais tensa do passeio foi quando um dos meninos pisou sem querer em uma casinha de marimbondos. Voou um enxame inteiro na gente! Todo mundo levou picada! Foi horrível! Eu levei quatro (três no braço e uma na perna)! Doeu pra caramba e fiquei super assustada. Mas depois de umas horas, já estávamos rindo da situação, afinal se aventurar no meio do mato também tem dessas! rs
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Caminhada na Floresta Amazônica |
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Caminhada na Floresta Amazônica |
Voltamos para o hotel, almoçamos, descansamos um pouquinho e, infelizmente, chegou a hora de partirmos... O que dizer dessa viagem? Que foi única e incrivelmente especial! Foi pouco tempo? Foi, mas o suficiente para nos apaixonarmos e vivermos momentos deliciosos e inesquecíveis! A Amazônia é linda! Os rios, os bichinhos, as aves, as árvores, as plantas, as flores, o cheiro, a chuva, o céu, o sol... É tudo perfeito! Sem falar da sensação de paz de estar naquele lugar, da energia da floresta... Sem palavras, foi demais!
A única crítica que tenho (que talvez nem seja uma crítica, apenas uma observação) é que achei que o turismo da Amazônia é preparado para estrangeiros e não para brasileiros. Nosso guia falava primeiro em inglês e depois em português e isso me incomodou... Nosso grupo estava bem dividido, metade de brasileiros e a outra metade de estrangeiros, mas mesmo assim o guia dava preferência para os estrangeiros... Os cartazes e
banners das agências também eram escritos em inglês. Sem falar no café da manhã do hotel que era completamente americano... Isso em plena Floresta Amazônica, no pulmão do Brasil!
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