MORRETES: Lindas construções históricas às margens do rio Nhundiaquara

Última viagem realizada em abril/2022


Morretes é uma cidade suuuper charmosa localizada entre a serra e o litoral paranaense, a aproximadamente setenta quilômetros de Curitiba. Ela é considerada um dos principais destinos turísticos do Paraná e é bem fácil entender o porquê. Morretes possui tudo que o turista gosta: gastronomia deliciosa com pratos super tradicionais, natureza belíssima que garante diversas opções de atividades de ecoturismo e um centro histórico repleto de casarões coloniais e muuuita história. Tudo isso misturado com uma gentil hospitalidade e aquele aconchego típico das pequenas cidades. Morretes é perfeita para aquele bate e volta revigorante ou até para um final de semana ou feriado prolongado. O que não vai faltar por lá são opções do que fazer ou de não fazer nada, caso seja este o seu objetivo! :D

Já estive em Morretes duas vezes: em 2014 e em 2022. Nessas duas viagens (no estilo bate e volta a partir de Curitiba) usei diferentes meios de transporte para chegar até lá. Um deles foi trem, acredita? Caso você não saiba existe uma locomotiva que parte da Estação Rodoferroviária de Curitiba com destino a Morretes. Este rolê imperdível é operado pela Serra Verde Express e os dias, horários e valores/tipos dos bilhetes podem ser consultados no site oficial deles. O trajeto pela centenária ferrovia, que desce toda a Serra do Mar, dura cerca de quatro horas. Apesar da viagem ser longa (são setenta quilômetros de trilhos), as paisagens do percurso são tão, mas tão bonitas que o tempo passa voando. São pontes, túneis, desfiladeiros, algumas construções históricas, cachoeiras, montanhas e muuuito verde, afinal a Serra do Mar paranaense é a maior reserva remanescente de Mata Atlântica do Brasil!

Trem com destino a cidade de Morretes
As paisagens do percurso são de tirar o fôlego
Barragem avistada durante o trajeto
Pico do Marumbi, muito lindo!

Outra forma de chegar em Morretes é pela Estrada da Graciosa. Fiz esse percurso de ônibus e fiquei encantada com tudo que vi, principalmente nos trechos mais sinuosos da Serra do Mar. Além de muito verde, por ali também há picos, montanhas, cachoeiras e diversos mirantes perfeitos para apreciar a paisagem, que é de tirar o fôlego. Outro detalhe que me surpreendeu foi que, ao longo do percurso de quarenta quilômetros, há diversos espaços de lazer (chamados de recantos) perfeitos para uma parada de descanso, um lanche ou quem sabe até um churrasco mais elaborado. Sim, é isso mesmo que você leu: a Estrada da Graciosa possui estrutura para fazer churrasco! E o espaço é gratuito, só chegar e usar. 

Particularmente considero a Estrada da Graciosa um ponto turístico imperdível. Não é à toa que ela recebeu o título de patrimônio histórico e cultural do Paraná, e é considerada uma das estradas mais bonitas do estado. Além das belezas naturais e da estrutura de lazer, a Estrada da Graciosa também possui muuuita história. Antigamente, mais especificamente no século XIX, este caminho era utilizado por tropeiros que precisavam se locomover entre a parte alta da serra e o litoral. Ainda hoje alguns trechos da via permanecem pavimentados com os mesmos paralelepípedos daquela época. Como a Estrada da Graciosa é repleta de atrativos, sugiro fazer esse percurso de carro. Caso sua opção seja o ônibus mesmo, a empresa que faz o trajeto Curitiba-Morretes é a Viação Graciosa. Mas atenção: antes de comprar a passagem certifique-se que a opção escolhida é a que passa pela Estrada da Graciosa, pois boa parte dos ônibus vão pela rodovia comum.

Vista de um dos mirantes da Estrada da Graciosa

Ao chegar em Morretes, seja de ônibus, carro ou trem, prepare-se para uma verdadeira volta ao passado! A cidade, que foi fundada em 1733, é repleta de casarões coloniais muito bem preservados, igrejinhas super charmosas e estreitas ruas ainda pavimentadas com paralelepípedos. Alguns desses casarões foram adaptados e hoje funcionam como pousadas, hotéis, restaurantes (onde é servido o Barreado, uma iguaria típica de Morretes), lojinhas, museus e centros culturais. O Largo da Matriz, localizado no ponto mais alto do centro histórico, é um dos locais mais visitados. É ali onde fica a Igreja Matriz Nossa Senhora do Porto. Essa igreja foi construída no início do século XIX, em homenagem a padroeira de Morretes, exatamente no mesmo local onde ficava a primeira capelinha da cidade (chamada Nossa Senhora do Porto e Menino Deus dos Três Morretes e construída em 1769).

Ali pertinho do Largo da Matriz fica a Rua General Carneiro, mais conhecida pelo seu antigo nome: Rua do Comércio. Essa rua é muito charmosa e um dos casarões que mais se destaca por lá é o do Hotel e Restaurante Nhundiaquara. Essa construção é considerada a mais antiga de Morretes e foi erguida lá no século XVIII para servir de residência a uma família. Posteriormente o casarão também abrigou um cassino, uma escola, uma fábrica de meias, um centro espírita e um telégrafo. Apenas em 1945 é que transformou-se em um hotel/restaurante.


Igreja Matriz Nossa Senhora do Porto
O casarão mais antigo de Morretes abriga hoje um hotel/restaurante
Um dos muitos casarões históricos espalhados pela cidade

A Praça dos Imigrantes é outro local bastante movimentado em Morretes. A praça tem esse nome para homenagear os primeiros imigrantes italianos que chegaram na cidade e criaram a primeira colônia italiana do Paraná, lá em 1877. Além de ser suuuuper arborizada e florida, a praça também possui um coreto antiguinho muito charmoso e diversas casinhas coloridas ao redor. Aos finais de semana e feriados rola uma tradicional feirinha por ali, onde é possível comprar artesanatos produzidos na região e uma grande variedade de produtos típicos derivados da cana-de-açúcar e da banana. 

Perto da praça fica outra construção que me chamou bastante a atenção: a Casa de Rocha Pombo. Esse singelo casarão foi construído no século XIX e serviu de moradia a diversas famílias, entre elas a de Rocha Pombo, uma importante personalidade morretense. Apenas em 1957 é que a construção foi doada ao município, transformando-se em um centro cultural.

Ali no centro histórico também fica o Cine Theatro Morretes. Essa casa de espetáculos teatrais, música, palestras e cinema foi construída em 1930, exatamente no mesmo local onde funcionava o primeiro teatro do Paraná (destruído por conta de um incêndio).

Coreto na Praça dos Imigrantes
Casa de Rocha Pombo, onde hoje funciona um centro cultural
Cine Theatro Morretes

Além de toda essa belezura arquitetônica e cultural do centro histórico, Morretes ainda possui diversos atrativos naturais. Um deles é o Rio Nhundiaquara, que nasce ali no Parque Estadual Pico do Marumbi, cruza o centrinho de Morretes e desagua no mar, já na cidade de Antonina. O rio passa ao lado dos coloridos casarões coloniais, deixando o centro histórico ainda mais charmoso e integrado com a natureza. É uma delícia sentar em um dos banquinhos dali da margem e ficar apreciando a paisagem. Ou cruzar a Ponte de Ferro (construída em 1912) e observar o rio sob um outro ponto de vista. Para completar a cena, dali do centrinho também é possível observar o Pico do Marumbi e todas as suas montanhas que emolduram Morretes. É realmente muito bonito de se ver! Se você gosta de praticar ecoturismo, o Parque Estadual Pico do Marumbi (e seu entorno) não pode ficar de fora do seu roteiro. Infelizmente não consegui conhecê-lo, mas há diversas atividades que podem ser feitas por lá, como montanhismo, trilhas para cachoeiras, boia-cross, entre outras.

Rio Nhundiaquara
Casinhas coloniais coloridas na beira do rio
Ponte de Ferro, também chamada de Ponte Velha
Atravessando a ponte para o outro lado da margem do rio

Gostei muito de conhecer Morretes! A cidade é bastante aconchegante e possui uma ótima infraestrutura turística. Os casarões do centrinho histórico são muito bem preservados e é uma delícia caminhar por ali, apreciando as construções coloniais repletas de detalhes arquitetônicos super charmosos. A natureza que emoldura toda a cidade também me chamou bastante a atenção! O Pico do Marumbi, o Rio Nhundiaquara e o colorido casario colonial parecem se integrar perfeitamente. É muito bonito, principalmente nos dias ensolarados. Como estava a pé pela cidade e fiz um bate e volta, não consegui fazer nenhuma atividade de ecoturismo e nem conhecer os parques da região. Fica aí um motivo pra voltar com mais calma! :D


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