ANTONINA: E seus coloridos casarões

Viagem realizada em junho/2014



Antonina é uma cidade histórica localizada no litoral paranaense e fica a uns oitenta quilômetros de distância da capital Curitiba. É vizinha da charmosa Morretes, uma outra cidade também histórica, e geralmente quem visita uma acaba dando uma passadinha na outra, já que é muito fácil transitar entre elas (seja de ônibus, da viação Graciosa ou de carro). Foi exatamente dessa forma que a conheci! Fui passear em Morretes (clique aqui para ler o post completo desse rolê) e dediquei uma tarde à Antonina. Porém acabei não me atentando e escolhi um momento não muito bom para visitá-la... Era ano de Copa do Mundo e bem naquela tarde ia rolar um jogo do Brasil. Resultado: Antonina estava vazia e com todo o comércio e atrativos turísticos fechados. Praticamente uma cidade fantasma! :S

Como já estava por lá, tive que me contentar em apenas caminhar pelas ruas do centrinho histórico, que é uma graça e repleto de casarões coloniais coloridíssimos! Foi uma delícia andar por ali despretensiosamente e ir reparando nas particularidades de cada construção. Um detalhe que chamou muito minha atenção, por exemplo, foram as plaquinhas nas fachadas de algumas casas. Nelas estavam grafados o nome do morador ou o título da música preferida dele. Achei super bonitinho e inusitado!

O centrinho de Antonina é repleto de casarões coloniais históricos
As construções são muito coloridas!
Plaquinha com o título da música preferida do morador

Na Rua Carlos Gomes da Costa, uma das principais dali do centro, há duas construções belíssimas e super importantes! A primeira delas é o Theatro Municipal, que foi erguido na segunda metade do século XIX. Nesta época Antonina estava em uma fase econômica muuuito boa, proporcionada pela exportação da erva-mate (que era escoada ali em seu porto). A construção do teatro representa muito esse momento áureo. Até hoje ele funciona a todo vapor, recebendo diversas peças, musicais e exposições. Pertinho dele fica a centenária Igreja São Benedito, construída no ano de 1824. Essa igreja tem uma arquitetura tipicamente colonial e é bastante conhecida por ter abrigado diversos escravizados que fugiam de seus senhores. Também é nesta rua onde acontecem os desfiles de Carnaval, um dos mais tradicionais do sul do país!

A Praça Coronel Macedo, também conhecida como Praça da República (seu antigo nome), fica próxima dali e foi outro local que conheci. Ela é bastante arborizada e super bem cuidada! No centro há um bonito coreto e diversos banquinhos para sentar e apreciar o vai e vem da cidade (que naquela tarde era inexistente, rs). O entorno da praça é repleto de casinhas coloridas, o que deixa a paisagem ainda mais charmosa e bucólica. Algumas das hospedagens mais tradicionais de Antonina também ficam aí nesta região, como a Pousada Atlante (este "palacete" foi construído por volta de 1910 para servir de residência a uma família; apenas em 1996 é que transformou-se em pousada, mas atualmente está fechado) e o Hotel Camboa (um dos casarões que abriga o hotel foi construído no século XIX e também há algumas ruínas do século XVIII).

Theatro Municipal
Praça Coronel Macedo
Pousada Atlante, uma das mais tradicionais de Antonina

Pertinho da praça, em um dos pontos mais altos da região central, fica a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar, uma das edificações religiosas mais antigas do Paraná. Essa igreja foi inaugurada em 1715, mas nesta época era apenas uma pequena capela. Foi ao redor dela que Antonina começou a ser povoada e a se desenvolver. Com o decorrer das décadas, a capelinha foi passando por inúmeras reformas e ampliações até atingir a estrutura atual. Outro atrativo bem interessante que fica ali ao lado é o Mirante do Valente. A vista deste mirante é muuuito bonita! Dá para ver boa parte da Baia de Antonina (e suas ilhas), a Serra do Mar, um pedacinho do porto, o Trapiche Municipal e algumas ruínas do Armazém Macedo (local onde a erva-mate produzida pela família Macedo era armazenada para ser exportada, a construção é da segunda metade do século XIX). Atualização: em 2022 essas ruínas foram revitalizadas e transformadas em um espaço cultural! :D

Igreja Matriz Nossa Senhora do Pilar
O revestimento do chão da igreja é lindo!
Um pedacinho da vista do Mirante do Valente

Saí do mirante e segui para a Praça Romildo Gonçalves Pereira, também conhecida como Praça Feira-Mar. Por ali há mais alguns atrativos, como o Trapiche Municipal (de onde saem alguns passeios de barco pela região; também possui muitos banquinhos, um belíssimo obelisco e um letreiro com o nome da cidade) e o Mercado Municipal (onde pode-se degustar alguns pratos típicos de Antonina e comprar peixes e artesanatos produzidos na região), além da belíssima paisagem da baia antoninense com seus coloridos barquinhos.

Trapiche Municipal
Obelisco (à esquerda) e barquinhos coloridos (à direita)
A vista para o centro histórico é belíssima, pena que o tempo estava nubladinho

Gostei bastante de Antonina (principalmente dos coloridos casarões históricos), mas como estava tudo fechado e vazio (por conta do jogo do Brasil), acabei não aproveitando tanto o que a cidade tem a oferecer. Faltou conhecer vááários lugares, como a belíssima Estação Ferroviária (construída em 1916) e seu passeio no Trem Caiçara até Morretes (clique aqui para acessar o site oficial deles), o casarão da Pharmacia Internacional (me pareceu interessantíssimo), a Igreja do Bom Jesus do Saivá (mais uma edificação religiosa do século XVIII), a antiguíssima Fonte da Carioca (foi o único meio de abastecimento de água em Antonina durante os anos de 1867 à 1930)... Sem falar nos passeios de ecoturismo (Antonina está localizada dentro da maior reserva preservada de Mata Atlântica do país), na Ponta da Pita, no Vale do Gigante... Eita, que preciso voltar urgentemente! :)


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