Viagem realizada em setembro/2024
Já dizia o velho ditado: quem espera sempre alcança! :D Fazia um tempão que eu estava aguardando ansiosamente por uma promoção de passagem aérea para Boa Vista e finalmente aconteceu. A promoção veio e, com ela, mais um desejo realizado: pisar meus pezinhos pela primeira vez em Roraima, meu estado número 25. Escolhi o mês de setembro para essa viagem, pois é nesta época em que começa o período de seca por lá (que se estende até março) e também é quando a possibilidade de chuva é quase zero. Como tinha apenas três dias disponíveis, optei em conhecer apenas a capital Boa Vista.
Boa Vista não é uma cidade tããão procurada pelo turismo brasileiro. Geralmente ela serve apenas como ponto de partida e chegada dos viajantes que estão seguindo para outros destinos do estado (como o
Monte Roraima, por exemplo, o principal atrativo roraimense). Por conta disso não há uma grande variedade de hotéis e pousadas. Entre as pouquíssimas opções bem localizadas e bem avaliadas, acabei escolhendo o
Uiramutam Palace Hotel. O atendimento foi super gentil desde a primeira troca de e-mail. Também gostei do café da manhã, que era servido no próprio restaurante do hotel e estava bem gostoso (eles também abrem para almoço e jantar). Havia uma boa variedade de pães, bolos, sucos, frutas, tortas... e acredite: tinha até coxinha! A área da piscina foi o meu local preferido. Este espaço foi reformado recentemente, então tudo estava novinho e com um projeto paisagístico muito bonito. Porém a suíte deixou um pouco a desejar e, na minha opnião, não condizia com o valor da diária (que era alto). Achei o mobiliário e a decoração bastante antigos e precisando de uma modernização urgente. Acredito que o ponto forte dessa hospedagem seja a localização. Ela fica bem em frente à Praça das Águas, um dos principais pontos turísticos de Boa Vista. Se você gosta de andar e tem uma boa resistência ao calor, a partir dali é possível caminhar até quase todos os atrativos da cidade. Mas como eu disse, se prepare para o calor. Boa Vista é MUITO, mas MUUUITO quente!
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Uiramutam Palace Hotel, em frente à Praça das Águas |
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A suíte em que fiquei hospedada |
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A área da piscina é ótima e super agradável! |
Desembarquei no Aeroporto de Boa Vista em um voo vindo de São Paulo (e que fez conexão em Brasília) e, acredite, de lá fui andando até o hotel (são cerca de 2,5 quilômetros de distância). O aeroporto fica super pertinho do centro e o acesso é bem fácil e rápido (seja de táxi, carro de aplicativo ou até mesmo a pé). Aproveitei essa caminhada para conhecer o
Complexo Ayrton Senna, que ocupa todo canteiro central da Avenida Capitão Ene Garcês.
Neste primeiro trecho do complexo ficam a Praça da Pirâmide, várias quadras esportivas, alguns quiosques (onde funcionam lanchonetes, sorveterias, bares e restaurantes) e um playground muuuito fofo. Gente, fiquei encantada por este parquinho infantil, s2. Além de ser super colorido e muito bem cuidado, também haviam diversas estátuas divertidíssimas de alguns bichinhos típicos da região amazônica. Tinha tamanduá-bandeira (que é o animal símbolo de Roraima), tucano, jacaré, onça, iguana... Enfim, era uma graça! Esses bichinhos fazem parte do projeto Selvinha Amazônica e estão espalhados por quase todas as praças e parques de Boa Vista. Ali pertinho também ficavam mais outros dois atrativos: o Cine Super K (um cinema de rua com uma fachada muuuito diferenciada) e o Parque Anauá (uma área verde enooorme que, infelizmente, não consegui visitar).
No último trecho do complexo fica um dos pontos turísticos mais visitados de Boa Vista: a Praça das Águas. Aí nesta praça há uma fonte (que só funciona no final da tarde), um letreiro com o nome da cidade (perfeito para fotos), o Portal do Milênio (construído para celebrar a chegada do século XXI) e uma espécie de complexo gastronômico com vários restaurantes, lanchonetes e sorveterias (onde almocei em praticamente todos os dias da viagem). Ah, e aos finais de semana também rola uma feirinha de artesanato. Uma curiosidade é que boa parte desses espaços do Complexo Ayrton Senna só ficam movimentados a partir do entardecer. É neste horário que o calor dá uma amenizada e as pessoas conseguem sair de casa para passear.
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Fonte na Praça das Águas |
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Portal do Milênio |
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Letreiro perfeito para fotos |
O final da Avenida Capitão Ene Garcês é na Praça do Centro Cívico. É ali onde está localizada a sede dos três poderes estaduais (o legislativo, o executivo e o judiciário) e o Monumento ao Garimpeiro (que homenageia os garimpeiros que contribuíram para o desenvolvimento da região). Esta praça é considerada o coração de Boa Vista, pois fica exatamente no meio da cidade e é daí que partem suas principais ruas e avenidas, formando um bonito desenho de leque. Eu não sabia, mas Boa Vista é uma cidade planejada e este traçado urbano foi inspirado no de Paris, na França. Quando estava caminhando por lá, também me lembrei um pouco de Brasília, por conta das largas e arborizadas avenidas.
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Monumento ao Garimpeiro (à esquerda) e Tribunal da Justiça (à direita) |
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Palácio Senador Hélio Campos, onde fica a sede do governo |
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Prédio da Assembleia Legislativa |
Nessa região da Praça do Centro Cívico ficam mais alguns atrativos, como a Igreja Catedral Cristo Redentor. Ela foi projetada por dois arquitetos italianos e construída entre os anos de 1968 e 1972. Seu design é super moderno e foi inspirado em três elementos: harpa, navio e maloca indígena. A parte interna é muito bonita também! O que mais me chamou a atenção ali dentro foram os charmosos vitrais com desenhos de ondas e peixes. Fiquei encantada por eles!
Perto dali fica o Mercado Municipal São Francisco, um ótimo lugar para compras. Ali dentro há diversos boxes que comercializam de tudo um pouco, além de uma praça de alimentação com algumas opções de restaurantes e lanchonetes. O Palácio da Cultura e a Igreja de São Sebastião são outros locais bastante interessantes que ficam ali próximo, mas infelizmente não deu tempo de conhecê-los.
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Igreja Catedral Cristo Redentor |
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O interior da igreja é muito bonito também |
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Os vitrais são lindos! |
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Mercado Municipal São Francisco, por dentro e por fora |
Caminhei mais um pouco e cheguei em outro atrativo: o Parque do Rio Branco. Acho que ainda não comentei, mas Boa Vista está localizada às margens do Rio Branco, o principal rio de Roraima. Ele é formado pela confluência de outros dois rios, o Tacutu e o Uraricoera, e desagua lá no Rio Negro (já na divisa com o estado do Amazonas). Este pedaço da orla foi revitalizado recentemente e se transformou em uma belíssima área de lazer. Por ali há vários atrativos, como um espelho d'água, quadras esportivas, calçadão para caminhada, um mural muito bonito pintado pelo renomado artista Kobra, diversas mesas e bancos (com sombra) e uma pequena praia. Achei o local super bem cuidado e bonito! Assim como no Complexo Ayrton Senna, o horário de maior movimento é a partir do entardecer.
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Espelho d'água no Parque do Rio Branco |
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Há muito espaço para caminhar e descansar |
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Um pedacinho do mural pintado pelo artista Kobra |
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Praia às margens do Rio Branco |
Outro atrativo que fica ali ao lado do Parque do Rio Branco é o
Mirante Edileusa Lóz, que também foi construído recentemente. Este mirante tem 120 metros de altura e é considerado o ponto de observação mais alto da região norte. Prepare-se que a subida até o topo já começa com emoção! O elevador é panorâmico e, conforme vamos subindo, a paisagem fica cada vez mais bonita. Ali em cima a vista impressiona ainda mais! Você consegue ver praticamente toda a cidade de Boa Vista em 360 graus. Não tem como não se encantar. Outro diferencial é um piso de vidro, onde é possível caminhar "em cima" do Rio Branco. A visitação ao mirante é gratuita, porém é necessário fazer um agendamento pelo site oficial deles. Recomendo reservar com antecedência, principalmente aos finais de semana e feriados. Fui reservar um dia antes da minha visita (que aconteceu em um sábado) e os horários estavam praticamente esgotados. Quase não consigo ir. #ficaadica
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Mirante Edileusa Lóz |
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O mirante tem 360 graus de belíssimas paisagens |
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Rio Branco e a Ponte dos Macuxis |
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Um pedacinho de Boa Vista |
Ainda ali na região do Parque do Rio Branco também fica a Selvinha Amazônica, uma área de lazer infantil FANTÁSTICA e totalmente gratuita. Este parque também faz parte do projeto de educação ambiental que comentei no início do post, que tem como objetivo atrair, incluir e ensinar as crianças (de forma super lúdica) sobre a fauna e a flora da região amazônica. Ele segue o mesmo estilo das praças, só que em uma proporção muuuito maior. São quase sete mil metros quadrados com mais de 160 elementos gigantes (alguns chegam a ter mais de dez metros de altura). Tem jacaré, cobra, iguana, tartaruga, macaco, tatu, tamanduá, onça... além de diversos insetos e aves. Nestes animais gigantes as crianças podem brincar de escorregar, escalar, passar por túneis e o que mais a imaginação permitir. Além dessa área seca, o parque também possui uma área molhada, perfeita para os dias de calor. Assim como o Mirante Edileusa Lóz, a Selvinha Amazônica só funciona no período da tarde/noite.
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Os bichos gigantes da Selvinha Amazônica |
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O local é muuuito bonitinho, colorido e divertido |
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Jacaré gigante |
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Iguana (à esquerda) e onça (à direita) |
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A área molhada do parque faz o maior sucesso entre as crianças |
Outro local que gostei bastante foi a belíssima
Orla Taumanan, que fica ao lado do Parque do Rio Branco. Taumanan, na língua indígena Macuxi, significa paz e realmente foi este sentimento que transbordei por lá. A vista para o Rio Branco e para a Ilha de São Sebastião é muito bonita e já vale a visita! A orla é dividida em duas plataformas suspensas, chamadas
Weikepá (que significa nascer do sol e fica na parte mais baixa) e
Meiremê (que significa arco-íris e fica na parte mais alta). Nelas há diversos restaurantes, bares, lanchonetes e sorveterias, além de muitos jardins e banquinhos para sentar e apreciar a tranquilidade do rio. Assim como quase tudo em Boa Vista, o horário de maior movimento é a partir do entardecer.
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A Orla Taumanan |
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A plataforma mais baixa é a Weikepá |
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Letreiro perfeito para fotos na plataforma Meiremê |
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Olha essa vista para o Rio Branco! |
Colado na Orla Taumanan fica um pequeno centro histórico. Antigamente esta região era ocupada por uma fazenda de gado chamada Fazenda Boa Vista do Rio Branco. O casarão da sede ainda permanece por lá, mas hoje funciona como um restaurante, o Restaurante Peixada. Foi em torno dessa fazenda que começou a surgir um pequeno povoado, a Freguesia de Nossa Senhora do Carmo, lá em meados do século XIX. Um pouquinho dessa história pode ser observada no Monumento aos Pioneiros, um painel com quinze metros de largura (e cinco de altura) produzido pelo artista plástico roraimense Luiz Canará. Ali estão retratados os primeiros moradores da região: os povos nativos (indígenas), os imigrantes chegando a pé e de canoa (pelo Rio Branco) e os fazendeiros. Outros detalhes muito interessantes são o busto de Macunaíma (um dos principais personagens da mitologia indígena roraimense), os buritis (considerados patrimônio natural do estado) e o formato do monumento que remete ao Monte Roraima.
Ali pertinho fica a Igreja Matriz Nossa Senhora do Carmo, o primeiro templo religioso de Boa Vista, construído por volta de 1892 no mesmo local onde havia uma pequena capela (do ano de 1725). Em frente à igreja fica uma réplica do antigo prédio da Intendência de Boa Vista, onde hoje funciona o Centro de Informações Turísticas (fui suuuper bem recepcionada por lá). Originalmente este prédio ficava em outro local e havia sido construído para sediar a administração municipal, lá no início do século XX. Porém em 1950 ele foi demolido e, em 1996, reconstruído neste novo local.
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Monumento aos Pioneiros |
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Os primeiros moradores de Boa Vista: imigrantes (à esquerda) e indígenas (à direita) |
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Igreja Matriz Nossa Senhora do Carmo |
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Réplica do Prédio da Intendência de Boa Vista |
Ao lado do prédio da Intendência fica o Centro de Artesanato, outro local ótimo para a compra de artesanato regional. Antigamente aí neste espaço funcionava o mercado municipal da cidade. Em 1970 o mercado foi transferido para outro endereço e o prédio foi ocupado pela Cooperativa de Artesãos de Roraima. Ali dentro há catorzes boxes onde é possível encontrar uma infinidade de peças, produzidas principalmente com palha e madeira. Outro atrativo por ali é o Monumento Tamanduá-bandeira. Como comentei no início do post, o tamanduá-bandeira é o animal símbolo de Roraima e por isso ganhou essa singela homenagem que tem como objetivo conscientizar sobre a conservação ambiental dessa espécie.
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Antigo prédio do mercado municipal |
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O Centro de Artesanato é um ótimo local para compra de artesanato regional |
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Monumento Tamanduá-bandeira |
Saindo um pouco da região central, há mais dois locais que visitei e gostei bastante. O primeiro deles foi o Parque do Mirandinha. Esse parque é na verdade uma espécie de praça onde o principal atrativo é uma escultura gigante de uma iguana (que também faz parte do projeto Selvinha Amazônica). A escultura é linda e tem nove metros de altura! Ali no parque também há quadras esportivas, playground, pista para caminhada e um extenso gramado super bem cuidado e verdinho. O parque está localizado no bairro Caçari, a quatro quilômetros do centro, e pode ser acessado por transporte público.
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Parque do Mirandinha |
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A escultura gigante da iguana tem nove metros de altura |
A aproximadamente três quilômetros do Parque do Miradinha, já no bairro Paraviana, fica o Parque Ecológico Bosque dos Papagaios. Este local é perfeito para quem quer ter mais contato com a natureza e conhecer um pouquinho da fauna e da flora da região. Por ali há seis opções de trilhas cercadas por diversas espécies de árvores e plantas, que garantem aquela sombra delícia durante a caminhada (e ajudam a aliviar o calorão de Boa Vista). Outro atrativo do local é um viveiro repleto de aves resgatas, que infelizmente não possuem mais condições de retornar a natureza. Tem arara, tucano, papagaio, maritaca... e alguns animais silvestres, como anta, capivara, veado, jabuti e iguana.
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Entrada do Bosque dos Papagaios |
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O parque possui alguns viveiros |
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Iguana (à esquerda) e veado (à direita) |
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O contato com a natureza está garantido nas seis opções de trilhas |
Amei conhecer Boa Vista!!! A cidade me surpreendeu MUITO. Gostei praticamente de todos os atrativos que visitei. Meus preferidos foram a Selvinha Amazônica, o Mirante Edileusa Lóz, a Orla Taumanan e o Complexo Ayrton Senna. Eles eram muito interessantes, bem cuidados e me permitiram conhecer um pouquinho da história, da cultura e da fauna e flora da região, além de serem gratuitos. Como Boa Vista é uma cidade plana e tudo é muito pertinho, foi bem fácil me locomover por lá (seja a pé, de transporte público ou de carro de aplicativo, que funcionou super bem). O único dificultador foi o calor. Como comentei anteriormente, Boa Vista é uma cidade MUITO quente. Outro detalhe que chamou minha atenção foi a limpeza das ruas e locais públicos, como praças e parques. Tudo era muito bem cuidado e a cidade está de parabéns! Queria muito ter feito alguns passeios pela região, como visitar a
Serra do Tepequém, o
Lago do Robertinho, o parque aquático
AquaMak, a
Cachoeira Véu de Noiva e quem sabe até subir o
Monte Roraima. Mas como estava sozinha e sem carro, acabou ficando bem difícil me locomover até estes locais (que são mais afastados e não possuem acesso por transporte público). Mas fica aí um motivo para voltar! :D
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