Viagem realizada em maio/2023
Cristina está localizada no meio das montanhas do sul de Minas Gerais, bem ali na chamada
Rota do Café. Assim como
Santa Rita do Sapucaí, ela possui excelentes fazendas cafeeiras e a qualidade de seus grãos é reconhecida mundialmente (inclusive já ganhou até prêmios internacionais, olha só!). Seu nome faz referência à imperatriz Tereza Cristina, mãe da Princesa Isabel e esposa de Dom Pedro II. Essa curiosidade também explica o porquê dela ser conhecida como "cidade imperatriz".
Fui conhecer Cristina em um bate e volta durante minha viagem à Santa Rita do Sapucaí. Lá da rodoviária de Santa Rita há um ônibus, da viação
Expresso Gardênia, que faz esse trajeto. São apenas oitenta quilômetros de distância, mas como há muitas paradas pelo caminho, a viagem demorou umas duas horas. Ainda bem que as paisagens da estrada eram muito bonitas, daí fui me distraindo admirando as montanhas verdinhas. s2
O Terminal Rodoviário de Cristina fica bem na entrada da cidade, pertinho do centro. Assim que você desembarca já dá de cara com o primeiro atrativo turístico, que é própria rodoviária, rs. É isso mesmo! A construção que hoje abriga o terminal rodoviário era a antiga Estação Ferroviária de Cristina. Sua arquitetura é em estilo neoclássico e ela foi inaugurada por volta de 1891, junto com o ramal ferroviário Soledade de Minas - Itajubá. Bem em frente, do outro lado da rua, há uma plaquinha perfeita para fotos (com o nome e o slogan da cidade) e o Museu do Trem. Infelizmente o museu estava fechado quando estive por lá (ele só abre durante a semana), mas li que ali dentro há diversos objetos, documentos e fotografias que contam um pouco da história da ferrovia e da cidade. A única coisa que consegui conhecer foi a Locomotiva 423 (fabricada nos Estados Unidos em 1911), que está exposta na área externa do museu. Muito bonita e bem conservada.
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A rodoviária ocupa a mesma construção da antiga Estação Ferroviária de Cristina |
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Plaquinha na entrada da cidade |
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A Locomotiva 423 exposta no Museu do Trem |
O centrinho turístico e histórico de Cristina fica ali perto da rodoviária. Basta subir uma rua que você já chegará em uma das principais praças da cidade: a
Praça Santo Antônio. Esta praça é bem comprida e há vários atrativos nela, como o
Monumento do Leão (é tombado como patrimônio e foi exposto na praça em 1908), a
Fonte do Peixinho (também é tombada como patrimônio e foi produzida na década de 1920 pelo artista Chico Cascateiro) e um coreto bem fofo, sem falar no conjunto arquitetônico dos séculos XIX e XX que emoldura todo o entorno.
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Monumento do Leão na Praça Santo Antônio |
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Fonte do Peixinho
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Coreto e casarões dos séculos XIX e XX |
Outra praça super importante é a
Praça do Chafariz. Como o próprio nome sugere, o principal atrativo dessa praça é um chafariz antiquíssimo, também tombado como patrimônio. Essa construção (do ano de 1869) é super importante, tanto historicamente como arquitetonicamente, pois é o único chafariz de alvenaria que existe no sul de Minas Gerais. Também era nele onde os moradores pegavam água, sendo considerado o primeiro serviço de canalização de água da área urbana. Nesta praça também há muitos casarões históricos, de diferentes estilos e épocas. Um dos que mais chama a atenção é o
Casarão dos Noronha Kauage (que atualmente funciona como uma pousada). Esse casarão foi erguido no início do século XIX e já foi considerado a casa mais bonita de Cristina.
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Praça do Chafariz
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Muitos casarões históricos no entorno da praça |
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Casarão dos Noronha Kauage |
Ali ao lado da Praça do Chafariz fica a Igreja Matriz do Divino Espírito Santo, outra construção que faz parte do conjunto arquitetônico da cidade. Ela foi erguida por volta de 1830 e tem estilo eclético. Infelizmente não consegui conhecer a parte interna da igreja, pois estava fechada no dia em que estive por lá.
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Igreja Matriz do Divino Espírito Santo |
Uma das coisas mais legais para se fazer em Cristina é caminhar despretensiosamente por suas poucas ruas e ir descobrindo a cidade. Dessa forma a gente acaba reparando em muitos detalhes que passariam despercebidos dentro de um carro, por exemplo. E eu adoro cidades que possibilitam isso! Foi caminhando bem tranquilamente que percebi que algumas calçadas ali do centrinho histórico possuem o brasão de Cristina gravado. Olha que curioso! Também encontrei uma sorveteria (a Sorveteria + Sabor, perto da rodoviária) que vende sorvete sabor café! Nunca tinha provado e simplesmente amei, mesmo não sendo muito fã de café, rs. O sorvete (que tinha pedaços de chocolate) era delicioso!
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Cristina é repleta de construções históricas, dos mais variados estilos |
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Casarões bem conservados é o que não falta em Cristina |
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Brasão da cidade gravado em algumas calçadas (à esquerda) e sorvete de café (à direita) |
Outro detalhe que gostei muito em Cristina é que para onde quer que você olhe verá montanhas verdinhas. Ah, e ali no centro também tem uma cachoeira, acredita? É a Cachoeira da Gruta, formada pelas corredeiras do Rio do Bode. O parque onde a cachoeira está localizada é bem bonito e tem paisagens lindas, porém quando estive por lá estava super vazio. Acabei ficando com receio e fui embora rapidinho, rs. Antigamente, aí nesse local funcionou a primeira usina hidrelétrica da cidade.
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Mais alguns detalhes de Cristina |
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Espaço para eventos |
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Entrada da Cachoeira da Gruta |
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As paisagens são lindas! |
Gostei bastante de Cristina! O centrinho histórico é uma graça e perfeito para quem gosta de arquitetura e cidades antigas, cheias de histórias. Ah, também recomendo a cidade para quem gosta de café, pois por ali há inúmeras cafeterias. Acredito que em duas horas é possível conhecer todos os atrativos da região central. Como estive por lá em um feriado, quase todo o comércio estava fechado. Talvez durante a semana a cidade seja mais movimentada. Queria muito ter me hospedado no Casarão dos Noronha, mas infelizmente a pousada já estava lotada no dia da minha visita. Se você deseja conhecer os atrativos da área rural de Cristina, recomendo estar de carro ou contratar uma agência receptiva. Só assim será possível visitar as fazendas de café, cachoeiras e também chegar no ponto inicial de onde saem os circuitos de
trekking ou cicloturismo.
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