AQUIDAUANA E ANASTÁCIO: Muita história no portal do Pantanal Sul

Viagem realizada em abril/2018


Descobri Aquidauana quando estava planejando minha viagem à Campo Grande, a capital do Mato Grosso do Sul (se você ainda não viu esse post, clique aqui). Como eu ficaria quatro dias por lá, queria tentar fazer um bate e volta para alguma cidade próxima. Foi aí que encontrei a centenária Aquidauana e me apaixonei! Essa cidade fica a apenas 130 quilômetros de distância e é considerada o portal do Pantanal Sul. Jamais imaginei que na região pantaneira tivessem cidades históricas. Foi uma descoberta linda!

Sei que boa parte dos turistas que visitam essa cidade desejam fazer os tradicionais passeios ecológicos (ou de pesca) pelas fazendas pantaneiras. Porém comigo foi diferente. Estou vivendo uma fase super apertada (financeiramente) e meu objetivo era fazer uma viagem econômica. Só por isso não rolou fazer esses passeios que as agências receptivas oferecem. Me concentrei na parte histórica e cultural de Aquidauana e adorei!

Lá da rodoviária de Campo Grande saem diversos ônibus. Antes de viajar, consultei os horários pelo site da Viação Andorinha e tinham bem poucas opções. Porém, quando fui pessoalmente ao guichê da empresa na rodoviária, havia muito mais horários. Outro detalhe importante é que Aquidauana faz divisa com a cidade de Anastácio. É só atravessar uma pequena ponte e pronto! Já mudamos de cidade. Por isso preferi comprar a passagem para Anastácio, pois a rodoviária dessa cidade é bem perto dessa ponte, que por sua vez é perto do centrinho histórico de Aquidauana. Se você descer na própria rodoviária de Aquidauana (e seu objetivo for conhecer os casarões históricos), terá que caminhar muuuito, pois ela é um pouco distante do centro. Isso acabou sendo bom, pois conheci duas cidades em um bate e volta só!

A viagem foi bem tranquila e o trajeto é cheio de paisagens lindas! Me encantei com os paredões de arenito avermelhado da Serra de Maracaju. Eles são enormes e muito lindos! O ônibus parou algumas vezes pelo caminho (para embarque e desembarque de passageiros) e por isso demorou umas três horas para chegar em Anastácio. Aí nessa cidade conheci apenas a deliciosa Prainha. Ela fica beirando o Rio Aquidauana e é uma excelente opção de lazer para os moradores e turistas. Adorei os desenhos da fauna pantaneira no calçadão! Achei muito criativo!

Serra de Maracaju
E quem disse que no Pantanal não tem praia?
Fauna pantaneira desenhada no calçadão da Prainha
Prainha beirando o Rio Aquidauana

Lembra que comentei no início do post que uma pequena ponte fazia a ligação entre Anastácio e Aquidauana? Então, essa ponte é a Ponte Velha (também conhecida como Ponte da Amizade, mas o nome oficial é Ponte Roldão de Oliveira), um dos cartões postais da cidade. Ela foi construída em 1918 e sua estrutura de metal e madeira foi adaptada de uma ponte ferroviária. Apenas veículos leves podem atravessá-la, e um de cada vez. Já as laterais são reservadas para os pedestres e ciclistas. Lá de cima da ponte é possível avistar uma bela paisagem do Rio Aquidauana e da Prainha de Anastácio. Gostei muito de conhecer essa ponte! Ela é rústica, mas ao mesmo tempo muito charmosa.

Ponte super rústica sob o Rio Aquidauana
Prainha de Anastácio

Assim que atravessei a ponte dei de cara com a Praça da Matriz. Este é um dos locais mais importantes na história de Aquidauana, pois foi aqui que, em 1892, um grupo de fazendeiros se reuniu para oficializar a fundação da cidade. A Igreja Nossa Senhora Imaculada Conceição, a Igreja Matriz, fica nessa praça e foi ao redor dela que os primeiros casarões foram construídos, dando início à Aquidauana. Essa igreja foi erguida na década de 1930 e foi por causa dela que fiquei com vontade de conhecer essa cidade. Vi uma foto no Google e me apaixonei pela sua arquitetura em estilo gótico. Pessoalmente ela é mais linda ainda (e suuuper alta)!

Igreja Nossa Senhora Imaculada Conceição, a Igreja Matriz de Aquidauana
Praça da Matriz (à esquerda) e interior da igreja (à direita)
Até os fundos da igreja é bonito, rs!

Ao redor da praça há outras construções históricas super bonitas e bem preservadas. Gostei bastante da Escola Parochial e da Casa Parochial Padre José May (também conhecida como Casa dos Padres). Ambas são da década de 1930 e pertencem à Igreja Matriz.

Saindo dessa praça e caminhando em direção ao centro, encontrei mais algumas construções lindíssimas! Uma das minhas preferidas foi a Casa "A primavera". Esse casarão centenário é do ano de 1914 e tem estilo arquitetônico neocolonial. Ele foi construído para servir de moradia, porém acabou se tornando um dos prédios comerciais mais movimentados da época. Adorei a fachada cheia de detalhes e a forma como o "A primavera" foi escrito (parece galhos retorcidos).

Escola Parochial
Casa dos Padres
Casa "A primavera"
Uma das ruas do centro histórico

Depois de caminhar bastante pelas ruas do centro, cheguei à Feirinha Indígena, ao Mercado Municipal e à Estação Ferroviária. A estação é outro local importantíssimo na história de Aquidauana. Foi a partir de sua construção (em 1908) que o centro comercial foi migrando das margens do rio para o entorno da ferrovia, fazendo com que a cidade crescesse ainda mais. Durante muitas décadas, o trem de passageiros foi o principal meio de transporte.

Também era aí nessa estação que o famoso Trem do Pantanal fazia uma pausa durante sua viagem entre Campo Grande e Miranda. Sempre tive muuuita vontade de viajar nesse trem, mas infelizmente ele parou de funcionar antes do meu desejo se realizar. Ainda hoje é possível ver um dos vagões abandonados nos trilhos da estação. Na verdade, pelo que pude ver, a estação e a ferrovia como um todo estão abandonadas. Foi uma cena muito triste! Em uma das salas funciona a Fundação de Turismo, onde fui muito bem recepcionada e recebi várias informações sobre os atrativos da cidade.

Estação Ferroviária de Aquidauana
Trem do Pantanal abandonado, infelizmente

Ainda no centro, conheci a Praça Afonso Pena (popularmente conhecida como Praça dos Estudantes). Ali ficam mais alguns atrativos, como a Casa do Artesão (onde são comercializados diversos artesanatos da região) e o Monumento Índia Terena (monumento em homenagem à população indígena da etnia Terena). Achei essa praça bonita e bem cuidada! Há lago, espaço para jogos, playground, biblioteca e vários banquinhos para descansar.

Casa do Artesão
Praça dos Estudantes
Monumento Índia Terena (à esquerda) e detalhe de uma casarão histórico (à direita)

Adorei Aquidauana e Anastácio! Essas cidades foram uma linda surpresa durante minha viagem à Campo Grande. Foi uma delícia sair caminhando despretensiosamente pelas ruas e ir descobrindo vários cantinhos super charmosos. O centro histórico é cheio de construções muito bonitas! O Rio Aquidauana também me agradou muito, assim como a prainha. Que delícia de lugar! Infelizmente dessa vez não rolou os passeios ecológicos pelo Pantanal Sul, pela Estrada Parque de Piraputanga (onde há algumas cavernas com inscrições rupestres) e pela Serra de Maracaju... Ah, e também de ver as ruínas da extinta Santiago de Xerez (listada entre as primeiras 34 cidades construídas na América). Mas quem sabe um dia eu não volto! :)


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Visite também a cidade histórica de Miranda! Fica bem próxima!

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