SETE LAGOAS: E sua incrível Gruta Rei do Mato

Viagem realizada em abril/2025


Sete Lagoas é uma cidade mineira que fica super pertinho da capital Belo Horizonte, mas daqui de São Paulo são mais de seiscentos quilômetros de estrada. Fui conhecê-la no mesmo final de semana em que estive em Cordisburgo (clique aqui para ler o relato dessa viagem), pois essas duas cidades fazem parte de uma região conhecida como Circuito das Grutas de Minas Gerais. Aliás, o principal atrativo turístico de Sete Lagoas é uma gruta incrível e foi justamente por causa dela que encarei dez cansativas horas de viagem. A viação que faz a rota São Paulo - Sete Lagoas é a Gontijo e os ônibus partem lá do Terminal Rodoviário Tietê.

O primeiro lugar que conheci assim que botei meus pezinhos em solo setelagoano foi a famosa Gruta Rei do Mato. Ela fica bem próxima da região central (uns seis quilômetros de distância) e há algumas linhas de ônibus que param em frente. Como estava com pouco tempo disponível e os ônibus demorariam para passar, acabei optando em pegar um carro de aplicativo e deu super certo (tanto na ida, quanto na volta)! A visita na gruta é feita com hora marcada e em grupos, e tem a duração de uma hora. O ingresso pode ser adquirido antecipadamente pelo site oficial deles (clique aqui para acessar) ou direto na bilheteria. O local tem uma ótima estrutura, com lanchonete, lojinha, playground, estacionamento, sanitários e bebedouros. Cheguei no primeiro horário (às 9h) e só haviam quatro pessoas no grupo (mais o guia).

A entrada da gruta fica a uns duzentos metros da bilheteria e para chegar até lá é preciso percorrer um caminho super agradável no meio de uma densa vegetação de Mata Atlântica e cerrado. O acesso à gruta é feito por uma abertura existente em uma grandiosa formação rochosa. Olhando de fora é quase impossível imaginar tudo o que existe lá dentro. Eu fiquei chocada logo que entrei e tive a sensação de ter viajado instantaneamente para outro planeta! São centenas de estalactites, estalagmites, colunas e cortinas, nos mais diferentes e curiosos formatos. E é impressionante saber que todas essas formações demoraram milhões de anos para serem criadas. É lindo demais! A iluminação estratégica também ajuda a deixar tudo ainda mais cinematográfico. A gruta tem quase um quilômetro de extensão, mas apenas duzentos metros estão abertos à visitação. Passamos por quatro salões: Salão da Couve-Flor, Salão dos Blocos Desabados, Salão do Poço dos Desejos e Salão do Poço das Raridades. Todo este percurso é feito por meio de plataformas de metal, que garantem a segurança e facilitam a caminhada. Também há algumas escadarias bem compridas e íngremes, já que a gruta é super profunda. Além da gruta principal, também visitamos uma outra gruta menor, chamada Grutinha. Nela há algumas inscrições rupestres (que amei ver de pertinho, s2) e uma réplica de um esqueleto de um animal da megafauna (que esqueci o nome, rs).

Caminho para chegar à gruta (à esquerda) e entrada da gruta (à direita)
Todo o percurso é feito por meio de plataformas e escadarias de metal
A gruta é ricamente ornamentada por estalactites e estalagmites
Inscrição rupestre (à esquerda) e réplica de um esqueleto (à direita)

Depois de visitar a gruta (e me impressionar com tudo que vi) fui conhecer a região central de Sete Lagoas. Seu nome já dá um spoiler do que encontrei por lá: a Lagoa Paulino, considerada um dos cartões-postais da cidade. Achei essa lagoa super bonita e caminhei por toda sua extensão, o que deu um pouco mais de um quilômetro. Nessa região há diversos bares e restaurantes, e alguns hotéis, além da Praça Dom Carlos Carmelo Mota, onde acontece uma feirinha de artesanatos e de comilança mineira. No meio da lagoa há um chafariz e um letreiro com o nome da cidade. Outra lagoa que fica pertinho do centro é a Lagoa da Boa Vista, mas infelizmente não deu tempo de conhecê-la. As demais lagoas (Lagoa Catarina, Lagoa da Chácara, Lagoa do Cercadinho, Lagoa José Felix e Lagoa do Matadouro) ficam um pouco mais afastadas da região central.

Entre as duas lagoas, Paulino e Boa Vista, fica a antiga Estação Ferroviária de Sete Lagoas. Sua arquitetura (em estilo eclético e com influência francesa) é linda, porém está precisando de um pouco de cuidado e reparos. Essa estação foi inaugurada em 1886 e fazia parte da Estrada de Ferro Central do Brasil, que ligava o estado do Rio de Janeiro à São Paulo e Minas Gerais. Assim como aconteceu em diversas outras cidades brasileiras, a chegada da estação contribuiu muito para o desenvolvimento urbano e econômico de Sete Lagoas. Ela foi desativada no final do século XX e atualmente abriga o Museu Ferroviário, que infelizmente estava fechado. Só consegui ver um vagão de passageiros e uma locomotiva que ficam estacionados ao redor.

Lagoa Paulino, no centro de Sete Lagoas
A antiga Estação Ferroviária de Sete Lagoas
Uma antiga locomotiva fica exposta na área externa

Outro atrativo dali do centro é a Catedral de Santo Antônio, construída no século XVIII. Sua arquitetura é belíssima e li que seu estilo é rococó, algo bem característico da última fase do colonialismo mineiro. Essa igreja teve uma importância fundamental na história de Sete Lagoas, pois foi ao redor dela que a cidade foi se desenvolvendo. Infelizmente não consegui conhecê-la internamente, pois estava fechada.

Ao lado da igreja fica outro atrativo que, infelizmente, também estava fechado: o Museu Histórico Municipal. A casa centenária que abriga o museu foi erguida no século XVIII, quase na mesma época da construção da igreja. Li que ali dentro estão expostos mais de trezentos documentos, objetos, móveis, vestimentas e fotografias que contam um pouco da história de Sete Lagoas, principalmente da época colonial.

Catedral de Santo Antônio
Museu Histórico Municipal

Atrás da igreja, na Praça Tiradentes, há outra construção histórica belíssima onde funciona o Centro Cultural Nhô Quim Drumond. Este casarão foi erguido entre os anos de 1795 e 1800 para servir de residência a uma família. Sua arquitetura chama bastante atenção por conta da quantidade de portas e janelas. São 22 portas e 36 janelas no total, acredita? Naquela época, essa ostentação de portas e janelas significava que o proprietário do imóvel era rico (ou fingia ser, rs). Fiz uma visita guiada gratuita pelo casarão (que é enorme e possui 22 cômodos) e já adianto que amei! Ali dentro funciona o Centro de Preservação do Folclore (onde pude conhecer um pouco das manifestações culturais ainda presentes na cidade, como o congado) e o Memorial Zacarias (eu não sabia, mas ele era setelagoano), além de um anfiteatro, uma lojinha de artesanatos e diversos outros espaços que acomodam algumas exposições temporárias. Amei conhecer este centro cultural e fui super bem atendida por lá!

Pertinho do casarão fica o Mercado Municipal de Sete Lagoas, um dos locais de compra mais tradicionais da cidade. Ali dentro há diversos boxes que vendem de tudo um pouco: tem muito artesanato, roupas, temperos, doces... Estive por lá em uma manhã de sábado e estava super movimentado.

Centro Cultural Nhô Quim Drumond
Sala dedicada ao folclore de Sete Lagoas
Ali dentro também funciona o Memorial Zacarias

Gostei bastante de conhecer Sete Lagoas! Foi bem fácil me locomover por lá, seja a pé ou usando carro de aplicativo. Também achei que a cidade tem uma ótima infraestrutura turística. Meu lugares preferidos foram a Gruta Rei do Mato (óbvio), a Lagoa Paulino e o Centro Cultural Nhô Quim Drumond. Infelizmente não consegui conhecer a Serra de Santa Helena, um outro cartão-postal da cidade que me foi muuuito recomendado. Como ela fica um pouco mais distante do centro (e em um local suuuper alto), os carros de aplicativo não iam até lá e também não havia transporte público por perto. Tive que me contentar apenas vendo as fotos do local (me encantei pela Capela de Santa Helena e pela vista panorâmica do mirante). Quem sabe em uma próxima visita não rola? :)


GOSTOU DE SETE LAGOAS?
Aproveite a viagem e conheça Cordisburgo e Belo Horizonte também!

VISITE TAMBÉM
vivasetelagoas.com.br

MINHA AVALIAÇÃO:


Todos os textos e fotos contidos nesse blog são minha autoria e não podem ser reproduzidos sem autorização.