PONTA GROSSA: Os incríveis arenitos de trezentos milhões de anos

Viagem realizada em fevereiro/2016


Ponta Grossa estava na minha wishlist há muuuito tempo. Na verdade, o que eu queria mesmo era conhecer os incríveis arenitos do Parque Estadual de Vila Velha (não confunda com a Vila Velha do Espírito Santo, rs). Este é o ponto turístico mais famoso dessa cidade, que fica a aproximadamente 110 quilômetros da capital paranaense, em uma região conhecida como Campos Gerais. Toda vez que ia à Curitiba sempre planejava fazer um bate e volta até o parque, mas nunca dava certo... Até que um dia deu! E conforme ia pesquisando sobre os atrativos nos arredores de Ponta Grossa, fui descobrindo várias coisas super legais para fazer. No final, acabei me hospedando por lá mesmo, ao invés de ficar em Curitiba (e ir fazendo bate e volta pelas cidades vizinhas).

Escolhi o Hotel Pousada Urbana PG para ficar, pois era a hospedagem mais em conta da região durante o feriado de Carnaval. Essa pousada é um casarão antigo (com uma fachada super bonita e charmosa) adaptado para receber hóspedes. A localização é ótima! Há muito comércio e restaurantes bem próximos (coisa de cinco minutos andando) e uma grande variedade de ônibus para se locomover pelas cidades vizinhas (como Tibagi, Castro e Carambei). A dona da pousada foi super simpática e me deu várias dicas do que visitar. O café da manhã era simples, mas bom. A única coisa que não gostei foi das acomodações. Todos os ambientes da casa eram muito escuros e lotados de móveis e objetos.

Hotel Pousada Urbana PG
Minha suíte

Para quem está viajando sem carro, há um ônibus que sai do Terminal Oficinas (em Ponta Grossa) e vai até o parque estadual (linha Vila Velha). Só que ele circula em apenas três horários... É preciso fazer uma boa logística para pegá-lo (tanto na ida, como na volta), pois se você perdê-lo terá que esperar horas para o próximo passar. Como cheguei de madrugada na rodoviária, deu tempo de sobra para ir até o terminal e pegar o primeiro horário desse ônibus que vai até o parque. Foi bem tranquilo!

Entrada do Parque Estadual de Vila Velha
Carcarás na entrada do parque

Após passar pela portaria, há uma estradinha que termina no estacionamento e na recepção do parque. É lá onde você escolhe quais passeios quer fazer: Furnas e Lagoa Dourada, e/ou Arenitos. O parque disponibiliza ônibus e guias que levam os grupos de turistas até esses dois atrativos (que são pagos separadamente). Para conhecer as furnas e a lagoa dourada há poucas saídas de ônibus, mas para os arenitos os horários são mais frequentes. Logo que cheguei já embarquei no ônibus para as furnas.

Ônibus do parque que leva os turistas até os atrativos

Após uns quinze minutinhos dentro do ônibus, chegamos na Furna 1. Para quem não sabe, furna é uma espécie de buraco (com água dentro) formado naturalmente em um terreno arenoso. Mas não pense que é um buraco pequeno. É um buracão!!! Essa primeira furna, por exemplo, tem oitenta metros de diâmetro e mais de cem metros de profundidade. O guia nos explicou que a água da chuva vai infiltrando no solo, formando pequenas cavidades lá dentro da terra. Com o passar dos anos, essas cavidades vão aumentando de tamanho, transformando-se nesses buracões. Com isso também ocorre mudanças no nível do lençol freático, o que acaba fazendo com que o buraco fique cheio d'água. Achei super interessante conhecer todo esse processo (a natureza é muito perfeita, não é?).

Nessa primeira furna há um elevador panorâmico desativado. Antigamente o elevador transportava os turistas até uma plataforma flutuante que existia no interior da furna. Porém, ele poluía muito o ambiente e acabou sendo desativado. No entorno da furna existem dois mirantes com vistas lindas e panorâmicas. Outra coisa que me chamou a atenção foi a quantidade de andorinhas que moram nas paredes rochosas. São milhares e milhares!!! Elas fazem muito barulho e não param de voar, para lá e para cá.

Elevador desativado
Vistas de um dos mirantes
Interior da furna e a plataforma flutuante desativada
As milhares de andorinhas que moram nas paredes rochosas do interior da furna

A Furna 2, apesar de ser bem maior do que a primeira, não é tão bela... Como há muita vegetação ao redor, a gente acaba não conseguindo visualizar seu interior e sua grandiosidade. Há um pequeno mirante, mas com uma vista bastante restrita. O que mais gostei nessa segunda furna foi o caminho para chegar até ela. Há um gramado enorme e super verdinho! É uma paisagem muito bonita!

Caminho para acesso à Furna 2
Furna 2

Depois de conhecer as duas furnas, embarcamos no ônibus novamente e fomos até a Lagoa Dourada. Para chegar até ela, é necessário fazer uma trilha de, mais ou menos, dez minutinhos. Como o céu estava nublado, não consegui enxergar a tal "beleza" dessa lagoa... O que vi foi apenas uma lagoa comum. Dizem que quando o tempo está ensolarado, as águas ganham um tom dourado super bonito, mas infelizmente não vi nada disso... Uma pena! O guia nos contou que essa lagoa, há muuuitos anos, já foi uma furna bem profunda, assim como as outras duas que havíamos visitado anteriormente. Achei isso super interessante! Acabamos conhecendo três furnas em diferentes níveis de assoreamento. Uma verdadeira aula de geologia. rs

A Lagoa Dourada, que não estava dourada

E finalmente chegou a hora mais esperada do passeio: conhecer os arenitos! Gente, eles são muuuito altos! Fiquei impressionada!!! Alguns paredões chegam a ter mais de vinte metros de altura! Eu não conseguia parar de olhar para cima. rs A coloração avermelhada também é muito bonita. Logo no início do passeio, o guia nos explicou como esses arenitos se formaram, mas confesso que não entendi muito bem. Achei essa coisa de geologia muito complexa. rs Só sei que tudo isso começou há mais de trezentos milhões de anos e que as grandes rochas sedimentadas foram esculpidas naturalmente, com a ação das chuvas e de um pouco de vento.

Também fiquei sabendo que antigamente esse parque tinha acesso livre aos visitantes. Não havia um controle e nem uma conscientização ambiental de preservação. As pessoas acampavam, faziam churrascos e tudo o mais no meio dos arenitos (e até em cima deles). Ainda bem que hoje em dia tudo mudou. O parque está revitalizado e há uma política de preservação (ufa!). Depois de toda essa explicação, o guia nos deixou livres para caminharmos por conta própria pelas trilhas (que são bem demarcadas).

Alguns arenitos chegam a ter mais de vinte metros de altura
É muito impressionante
Os arenitos lembram uma cidade medieval, não lembram?

A trilha completa dos arenitos tem um pouco mais de dois quilômetros, mas como eu tinha pouco tempo (por causa do horário do ônibus) acabei fazendo a meia trilha, que termina na formação rochosa mais conhecida do parque: a Taça. Ela é linda, super alta e muito, mas muuuito disputada na hora de fotografar. Foi bem difícil conseguir uma imagem sem turistas em volta. E por falar em taça, durante a trilha pude perceber que a grande diversão dos turistas é ficar brincando de enxergar formas de objetos e animais nas rochas. Teve gente que viu camelo, cabeça de índio, garrafa de coca-cola, bota... Haja imaginação!

A diversão dos turistas é enxergar formas de animais e objetos nas rochas
Mais um pouquinho dos arenitos (à esquerda) e a Taça, o cartão postal do parque (à direita)

Adorei todo o Parque Estadual de Vila Velha. Claro que ver os arenitos foi a parte mais especial do passeio, mas também achei interessantíssimo conhecer as furnas e a lagoa dourada. Queria muito ter ficado mais tempo no parque, mas infelizmente os horários dos ônibus fizeram com que a minha visita ficasse curtinha. Tenho vontade de voltar para poder caminhar com mais calma entre os arenitos e fazer a trilha completa.


GOSTOU DE PONTA GROSSA?
Então conheça também Tibagi e Carambeí. Essas duas cidades ficam bem pertinho.

ACESSE TAMBÉM:
www.matraqueando.com.br/parque-estadual-de-vila-velha-parana-sitio-geologico-de-300-milhoes-de-anos-esta-a-uma-hora-de-curitiba
www.pontagrossa.pr.gov.br/parque-estadual-vila-velha

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